Vladimir Putin: Rússia está fazendo ‘tudo certo’ na Ucrânia | Mundo

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira (14) que não haverá novos bombardeios em massa na Ucrânia e que não vai mobilizar ainda mais reservistas em seu país.

Durante uma entrevista coletiva no Cazaquistão, o presidente russo disse que “não é agradável o que está acontecendo agora”, mas se a Rússia não tivesse invadido a Ucrânia, “estaríamos na mesma situação um pouco mais tarde, só que em condições piores para nós, então, estamos fazendo tudo certo”.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante uma viagem ao Cazaquistão, em 14 de outubro de 2022. — Foto: Valery Sharifulin via Reuters

Contexto: Ucrânia avança na contraofensiva

Nas últimas semanas, os russos foram forçados a se retirar de várias posições no leste e no sul da Ucrânia diante de uma surpreendente contraofensiva ucraniana.

O avanço das forças ucranianas obrigou as autoridades estabelecidas pelo Kremlin na região de Kherson, uma das regiões que Moscou alega ter anexado, a solicitarem a retirada de civis.

A Rússia afirma que houve um aumento considerável dos bombardeios ucranianos em várias de suas regiões de fronteira.

Nesta sexta-feira, um bombardeio ucraniano provocou um incêndio em uma subestação elétrica da cidade russa de Belgorod, próxima à fronteira, segundo o governador regional Vyacheslav Gladkov.

Putin descarta novos bombardeios maciços

No início da semana, a Rússia lançou uma campanha maciça de bombardeios contra várias cidades ucranianas, incluindo Kiev, em retaliação por uma explosão que danificou a ponte de Kerch, na Crimeia, península anexada pela Rússia em 2014.

Classificando o ataque como uma “ação terrorista” realizada pelos serviços ucranianos, o governo russo anunciou nesta sexta-feira que pretende restaurar a ponte em menos de nove meses, antes de 1º de julho de 2023.

Construída sob as ordens do presidente russo, esta ponte é fundamental para abastecer as tropas russas na Ucrânia.

O presidente russo também indicou que não prevê uma nova mobilização de reservistas, após a anunciada há três semanas. Segundo ele, 222 mil soldados, dos 300 mil esperados, foram recrutados até agora, e 16 mil já estão em “unidades envolvidas nos combates”.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, prometeu a vitória a seus cidadãos, em um ato de comemoração ao Dia do Defensor.

“Em 14 de outubro, agradecemos a todos aqueles que lutaram pela Ucrânia no passado e a todos aqueles que lutam por ela agora, aqueles que venceram no passado e aqueles que certamente vencerão agora”, disse Zelensky em um vídeo.

Por ocasião deste feriado, retratos de cerca de 180 soldados que morreram em Mariupol, uma cidade portuária sitiada durante meses pelo Exército russo antes de cair em maio, foram colocados em frente à Catedral de Santa Sofia, em Kiev.

Oportunidade de ir embora

Apesar da contraofensiva ucraniana, forças russas e separatistas realizam movimentos ofensivos em um setor do leste e afirmam que estão em boa posição para conquistar a cidade de Bakhmut.

Controlar essa cidade permitiria que Moscou avançasse sobre duas outras cidades controladas por Kiev na região de Donetsk, Kramatorsk e Sloviansk.

De acordo com Andrei Marochko, representante das forças separatistas da região vizinha de Luhansk, mas que lutam na região, “há combates contínuos” e as tropas ucranianas são empurradas “para noroeste e oeste da cidade”.

A representante especial da ONU para Violência Sexual em Conflitos, Pramila Patten, disse que os estupros e agressões sexuais atribuídos às forças russas na Ucrânia são uma “estratégia militar” e uma “tática deliberada para desumanizar as vítimas”. Ela afirmou que ouviu depoimentos de mulheres falando que soldados russos estão ‘equipados’ com viagra.

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