Rússia expulsa moradores de cidade no sul da Ucrânia | Ucrânia e Rússia

A Rússia anunciou nesta quarta-feira (19) que começou a expulsão de cerca de 60 mil moradores de Kherson, uma das maiores cidades da Ucrânia ocupadas por tropas de Moscou.

O governo russo disse querer tirar todos os civis para que suas tropas lutem contra as forças ucranianas, que avançam na retomada da cidade, no sul do país.

Uma das quatro cidades anexadas ilegalmente pela Rússia após um referendo de separação não reconhecido pela comunidade internacional, Kherson está ocupada por tropas russas desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Nas últimas semanas, no entanto, a Ucrânia lançou uma forte ofensiva para recuperar a cidade, com apoio logístico e militar de países do Ocidente.

O chefe da administração russa local, Vladimir Saldo disse que “lutará até o último momento” pelo controle da cidade.

“As forças ucranianas estão escalando a ofensiva, e por isso não há lugar para civis. Não planejamos nos render, vamos nos manter firmes até o último momento. Vamos retirar entre 50.000 e 60.000 pessoas para a margem esquerda do (rio) Dnieper”, o rio que estabelece o limite com a cidade de Kherson, afirmou Saldo ao canal estatal Rossiya-24.

Mapa mostra a região de Kherson, no sul da Ucrânia — Foto: g1

Segundo Saldo, a expulsão dos civis será gradual. Ele disse que suas tropas pretendem retirar cerca de 10 mil moradores por dia ao longo de seis dias.

Ele alegou que se trata de uma medida de segurança para os civiso, e disse que suas tropas na região têm recursos para manter o controle de Kherson.

Já o governo ucraniano alegou que a Rússia faz um “show de propaganda” em Kherson para tentar demonstrar que suas tropas ainda resistem. Kiev alega que os soldados russos no local estão sem recursos para lutar.

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A guerra na Ucrânia sofreu uma escalada nas últimas semanas, após o governo ucraniano começar a colocar em prática o plano de retomada das regiões controladas por tropas russas, com o apoio de envio de armas por parte do Ocidente.

A Rússia, em resposta, realizou o referendo de anexação de quatro cidades – Kherson, Zaporizhzhia (onde fica a maior usina nuclear da Europa) e Donetsk e Luhansk, que já eram parcialmente controladas por movimentos separatistas pró-Rússia.

Uma semana depois, fortes explosões atribuídas à Ucrânia destruíram parte da Crimeia, península ucraniana anexada ilegalmente pela Rússia em 2014. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não reconheceu autoria do ataque, mas já havia afirmado que “a guerra da Ucrânia começou e terminará pela Crimeia“.

A via, a única ligação da Crimeia com território russo, é também um forte símbolo da ocupação russa, e foi inaugurada pelo próprio Vladimir Putin em 2018.

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Por isso, Putin ordenou um forte contra-ataque e, apenas dois dias depois, bombardeou Kiev, que vivia uma relativa calma desde o fim de março, voltou a ser alvo de bombardeios russos. Foi o pior ataque à capital ucraniana desde o início da guerra, em 24 de fevereiro.

Logo após o ataque, o próprio Vladimir Putin confirmou que os mísseis sobre a capital ucraniana foram uma vingança pela explosão da ponte da Crimeia.

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