Outra perda dolorosa
Menos de um ano após a morte de Chuck, o NFL concordou em pagar US$ 765 milhões para resolver uma ação movida por milhares de jogadores e suas famílias, que disseram que a liga escondia os perigos de repetidos golpes na cabeça. Um advogado que era amigo de longa data da família, Manuel Miller, ajudou Kathleen a reunir os registros médicos de que ela precisava para registrar uma reclamação.
Para ajudar no processo de acordo, Miller trouxe um poderoso advogado de Los Angeles que estava trabalhando com centenas de outros ex-jogadores e suas famílias: Tom Girardi. Ele ganhou fama ao ganhar um acordo recorde para a ativista ambiental Erin Brockovich e era conhecido por defender o rapaz contra as grandes corporações.
“Eu confiei nele”, disse Kathleen.
Os termos do acordo foram finalizados em abril de 2015. As famílias dos jogadores que morreram com CTE antes dessa data eram elegíveis para até US$ 4 milhões. Kathleen deveria receber quase US$ 2,5 milhões após as taxas. O dinheiro seria um alívio.
Kathleen e Dennis, o padrasto que criou Chuck, vivem com uma renda fixa. Dennis está aposentado de um sindicato como operador de fita de vídeo e Kathleen ficou em casa para criar seus filhos. Chuck sempre esteve lá para Kathleen, e agora, parecia que ele estava indo atrás dela novamente.
“Viu, mãe?” Linda, sua filha, disse a ela. “Chuckie sempre disse que ia cuidar de você.”
Mas os anos se passaram e Kathleen ainda não recebeu a maior parte do dinheiro, embora os fundos de sua reivindicação tenham sido pagos ao escritório de advocacia de Girardi em 2018, segundo uma pessoa com conhecimento do envolvimento de Girardi no acordo que falou sob condição do anonimato porque não estavam autorizados a discutir o assunto publicamente.
Girardi parou, às vezes levando meses para retornar as ligações de Kathleen. Em uma mensagem de correio de voz, Girardi garantiu que estava trabalhando para ela. Ele disse que sabia que ela já tinha passado por tanta coisa.
Kathleen ainda estava esperando em dezembro de 2020 quando um juiz de Chicago congelou os ativos de Girardi, descobrindo que ele havia desviado pelo menos US$ 2 milhões em fundos de clientes que deveriam ir para famílias de pessoas mortas no acidente de avião da Lion Air em 2018 na Indonésia.