“Se você vier para Grambling”, disse Robinson a Harris, “em quatro anos, a América estará pronta para um quarterback negro”.
Durante esses quatro anos, Harris acompanhou de perto o progresso de outros zagueiros negros, muitas vezes indo à biblioteca nas manhãs de segunda-feira para pesquisar como eles haviam jogado naquele fim de semana. Harris tinha 1,80 m de altura e trabalhou desde o colégio para personalizar seu jogo como os times profissionais de passadores de bolso queriam. Mas enquanto observava as carreiras de seus contemporâneos chegarem a becos sem saída, ele quase se afastou do esporte.
Harris deixou claro para as equipes antes do draft de 1969 que não mudaria de posição. Quando não foi convocado até a oitava rodada, ele aproveitou a deixa para começar a carreira de professor e treinador.
“Achei que não valia a pena”, disse Harris, 75 anos. “Não tive chance.”
Robinson convenceu Harris a continuar com o futebol. Se não o fizesse, Robinson disse a ele, levaria ainda mais tempo até que os zagueiros negros tivessem uma oportunidade justa.
Harris se apresentou ao acampamento com o Buffalo Bills e logo estava lançando passes para Briscoe, que fez história no ano anterior como o primeiro zagueiro titular do Black. Mas depois de lançar para 14 touchdowns naquela temporada, um recorde de novato do Denver Broncos, Briscoe foi rebaixado para uma função reserva e acabou assinando com o Bills – como recebedor.
‘Joe não teria feito isso’
Depois de ser convocado pelos Patriots, Jackson parecia preparado para pegar como zagueiro titular. A liga parecia querer isso também, porque o comissário Pete Rozelle enviava um assistente a Boston uma vez por semana para checar com Jackson e perguntar como ele estava sendo tratado. Mas os Patriots contrataram um novo técnico, Clive Rush, depois que Jackson foi convocado. Não importa como ele se saísse nos treinos, disse Jackson, Rush diria a ele: “Joe não teria feito isso”, referindo-se a Joe Namath, a quem ele treinou com os Jets.