O que é o dia da vitória de 9 de maio na Rússia?

O Dia da Vitória, comemorando a derrota da Alemanha nazista pela União Soviética em 1945, é o feriado secular mais importante da Rússia, embora tenha sido atenuado este ano, à medida que a guerra na Ucrânia se arrasta.

Mais de 20 cidades, a alguns milhares de quilômetros das linhas de batalha, disseram que abririam mão de desfiles militares, e os organizadores cancelaram uma popular marcha nacional em homenagem aos veteranos.

Aqui está uma olhada no significado que o feriado assumiu durante as duas décadas do presidente Vladimir V. Putin no poder.

Putin ajudou a transformar o Dia da Vitória – destinado a homenagear os 27 milhões de soviéticos que morreram na Segunda Guerra Mundial – em um dos feriados mais importantes do calendário russo, um ritual nostálgico que reforça o orgulho nacional e unifica uma sociedade às vezes dividida.

O maior desfile do país, que acontece do lado de fora do Kremlin na Praça Vermelha, geralmente é uma exibição de força militar crua, com fileiras e mais fileiras de soldados cuidadosamente coreografados marchando em meio a armas que vão de tanques antigos a mísseis balísticos intercontinentais. Mas este ano, havia apenas um velho tanque soviético na procissão, e nenhum moderno.

Muitos desfiles locais foram cancelados, e talvez a mudança mais marcante tenha sido a decisão de cancelar o desfile nacional Marcha do Regimento Imortalem que cidadãos russos comuns saem às ruas para exibir fotos de seus antepassados ​​veteranos.

Alguns analistas sugeriram que o Kremlin pode estar nervoso em colocar multidões de russos nas ruas em um momento tão difícil, mesmo com as leis draconianas da Rússia contra protestos durante a guerra.

Analistas disseram que as autoridades russas poderiam estar preocupadas com a possibilidade de milhares de pessoas aparecerem com fotos dos recém-mortos na guerra, revelando a extensão de um tributo que o governo tentou ocultar.

O Kremlin lançou a guerra como uma continuação da luta da Rússia contra o mal na Segunda Guerra Mundial, que é conhecida no país como a Grande Guerra Patriótica, e na terça-feira o Sr. Putin fez essa conexão novamente, retratando a invasão da Ucrânia como um luta “sagrada” pela sobrevivência do estado russo.

No passado, Putin chamou o governo da Ucrânia de “abertamente neonazista”, “pró-nazista” e controlado por “pequenos nazistas”. O súbito surgimento de acusações de nazismo mostra como o Sr. Putin está tentando usar estereótipos, realidade distorcida e trauma persistente da Segunda Guerra Mundial de seu país para justificar a invasão.

Essa linguagem tem sido um elemento persistente das mensagens russas, embora a Ucrânia seja liderada por um presidente, Volodymyr Zelensky, que é judeu, e no ano passado tenha promulgado uma lei destinada a combater o anti-semitismo.

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