O que a vitória de Lula no Brasil significa para o clima

Mas a resistência às políticas de proteção da floresta provavelmente será forte entre os apoiadores de Bolsonaro, tanto no Congresso quanto na Amazônia. Bolsonaro venceu em mais da metade dos estados que compõem a selva.

O presidente há muito defende as indústrias madeireira, mineradora e pecuária. Embora destrutivas para a floresta, essas indústrias, que muitas vezes operam ilegalmente, também oferecem algumas das poucas oportunidades econômicas da região.

Fora do Brasil: os holofotes estão no sul global

Os dois mandatos de Lula como presidente, de 2003 a 2010, foram marcados por iniciativas para reformar órgãos governamentais mundiais, como o Conselho de Segurança das Nações Unidas, e para elevar o perfil dos países em desenvolvimento nos assuntos mundiais.

Há sinais de que ele poderia tornar esses esforços uma prioridade novamente, desta vez com ênfase especial nas questões climáticas.

Ele pode “mobilizar outros países do sul global para insistir que quaisquer reformas na governança global levem a questão do clima a sério, mas que isso também tenha contribuições de países em desenvolvimento”, disse Adriana Abdenur, que dirige a Plataforma Cipó, uma organização de pesquisa no Brasil que centra-se na política climática.

Meses antes das eleições, os assessores de Lula estavam em coordenação com a Indonésia e a República Democrática do Congo para pressionar as nações ricas para expandir seu financiamento para proteger as florestas. Marina Silva, sua ex-ministra do Meio Ambiente, disse à Reuters na segunda-feira que Lula enviaria um representante para a COP27, a cúpula global do clima que começa no Egito no domingo. Um porta-voz de Lula disse que o assunto ainda está sendo decidido.

O principal assessor de Relações Exteriores de Lula, Celso Amorim, disse que o presidente eleito também planeja convidar líderes regionais para uma cúpula sobre a floresta amazônica em 2023. É um sinal de que ele planeja fortalecer a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, o que poderia facilitar a união dos países da região para traçar estratégias que protejam a floresta e atraiam investimentos estrangeiros para projetos de desenvolvimento sustentável.

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