México foi o país sem guerra mais perigoso para jornalistas em 2022, diz RSF; caso de Bruno e Dom Philips é citado


O jornalista britânico Dom Phillips foi encontrado esquartejado na Amazônia junto com o corpo do indigenista Bruno Pereira, que atuava para denunciar a caça ilegal e a extração de madeira na região da Amazônia. Painel em homenagem aos jornalistas e ativistas mortos no México
Gustavo Graf/Reuters
O México foi o país que não está em guerra com o maior número de jornalistas assassinados no mundo em 2022, disse a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) nesta quarta-feira (14) em um relatório que documenta números alarmantes de sequestros, ataques e prisões de trabalhadores da imprensa no último ano.
O relatório registrou três jornalistas mortos no Brasil.
Entre os casos mais notórios, o jornalista britânico Dom Phillips foi encontrado esquartejado na Amazônia junto com o corpo do indigenista Bruno Pereira, que atuava para denunciar a caça ilegal e a extração de madeira na região da Amazônia.
Edição de 21/06/2022 – Buscas por Bruno Pereira e Dom Phillips
Quase metade dos assassinatos em 2022 ocorreu no continente americano, apesar de não serem áreas declaradas abertamente em guerra, com aumento de mortes de jornalistas também no Haiti e no Brasil.
Globalmente, a RSF relatou o assassinato de 57 jornalistas contra 48 mortes no mesmo período de 2021, número agravado pela guerra na Ucrânia que eclodiu após a invasão das forças russas em fevereiro.
A América, com países convulsionados pela violência que também incluem Haiti, Nicarágua e Brasil, aparece como a região que carrega mais riscos para jornalistas em todo o mundo para investigar questões relacionadas ao crime organizado, quadrilhas e corrupção.
No México, onde foram identificados 11 jornalistas assassinados até o início de dezembro de 2022, o relatório indicou que a pressão da sociedade civil e de organizações internacionais e os mecanismos de proteção das autoridades locais têm sido insuficientes.
O país da América do Norte “continua sem controlar a violência que gangrena seus territórios e afeta diretamente os jornalistas”, acrescenta o relatório.
O número informado pela RSF no México representa cerca de 20% do total de trabalhadores da imprensa assassinados no mundo no ano passado.

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