O levantamento anterior do instituto, divulgado em 19 de setembro, mostrava Lula com 47% das intenções de voto e Bolsonaro com 31%. Ciro Gomes tinha 7% e, Simone, 4%.
Comentaristas do g1 e da GloboNews avaliam que a pesquisa aponta a possibilidade de a eleição ser decidida ainda no primeiro turno, marcado para 2 de outubro, já que o petista aparece com 52% dos votos válidos. Eles destacam que, a menos de uma semana da votação, a margem em favor de Lula é pequena e que a abstenção pode ser um fator decisivo.
Veja, abaixo, comentários de colunistas da GloboNews e do g1 sobre a pesquisa Ipec:
Paulino: ‘A proximidade da eleição passa a ser, também, um fator de influência no voto’
Mauro Paulino analisou a pesquisa a partir dos votos válidos, quando se excluem os votos brancos, nulos e indecisos. Neste recorte, Lula aparece com 52%, podendo variar entre 50% e 54% pela margem de erro.
“Portanto, no limite da margem de erro para que se resolva no primeiro turno, caso a eleição fosse hoje, [a disputa seria] com maior probabilidade de que se resolvesse já no primeiro turno.”
O comentarista da GloboNews lembra ainda que falta menos de uma semana para a votação. Para ele, a partir de agora, “os eleitores passam a pensar de fato na eleição”.
“A proximidade da eleição passa a ser também um fator de influência na decisão do voto, e qualquer fato que ocorra nesta semana terá uma atenção maior dos eleitores, que pode provocar ainda algumas variações.”
Nova pesquisa Ipec mostra possível definição de eleição no 1º turno
Sobre a hipótese de vitória de Lula no primeiro turno, o jornalista Fernando Gabeira destaca que o petista ainda precisa combater a abstenção e buscar pelo voto útil.
“Eu acho que a ideia de vitória no primeiro turno está ficando mais viável. Mas ainda é apenas uma margem pequena. Além do mais, tem a questão da abstenção.”
Pesquisa Ipec: Bolsonaro tem 51% de rejeição, e Lula, 35%
O comentarista da GloboNews Gerson Camarotti destaca dois aspectos da pesquisa:
- o voto espontâneo – situação na qual eleitor informa em quem irá votar, sem olhar a lista de candidatos;
- o índice de rejeição entre os presidenciáveis.
Em relação ao voto espontâneo, Lula aparece com 47% – um ponto percentual abaixo da pesquisa estimulada. Já Bolsonaro tem 31%, o mesmo índice da estimulada. Para o jornalista, os números mostram consolidação do cenário.
Por outro lado, Bolsonaro é rejeitado por 51% do eleitorado. Camarotti lembra que o índice é cinco pontos percentuais maior do que o registrado na primeira pesquisa do Ipec, divulgada em 15 de agosto.
“A rejeição é o que mais preocupa a campanha do Bolsonaro. Toda a estratégia era para diminuir a rejeição do candidato, e isso não foi alcançado.”
Octavio Guedes analisa a nova pesquisa Ipec para presidente
O jornalista Octavio Guedes comparou a pesquisa Ipec desta segunda-feira com o primeiro levantamento do Ipec feito após o registro das candidaturas, em 15 de agosto.
“O Lula indo para 48% mostra uma variação fora da margem de erro, se você comparar com 15 de agosto. Se você olhar o filme mais amplo, sai de 44% para 48%. Bolsonaro, a gente pode deduzir que bateu no teto.”
Octavio afirma que os dados da nova pesquisa Ipec demonstram “a cristalização da decisão do eleitor”.
“Na verdade, a gente teve um mês de campanha em que voltou para 15 de agosto. Foi uma campanha que a gente pode dizer que não mexeu substancialmente no que estava decidido.”
A jornalista Mônica Waldvogel analisou a diferença no tom das campanhas de Lula e Bolsonaro.
Para ela, enquanto o Bolsonaro busca visitar locais em que pode tentar conquistar novos eleitores, Lula recebe apoios com uma “agenda de tipo vencedor”.
“Eu notei no fim de semana a quantidade de vídeos que apareceram, de diversas partes do país, em que havia uma espécie de trio-elétrico, um bloco na rua, em pequenas cidades do Nordeste, do Norte. São fatos que vão sendo gerados independentemente da campanha do candidato.”
Para o colunista do g1 Valdo Cruz, apesar de a pesquisa indicar variações dentro da margem de erro, a série do Ipec apresenta tendência de crescimento para Lula.
“Nessa estabilidade, há um viés de alta para o ex-presidente Lula, que sai de 44% [em agosto] e vai até 48%. Já Bolsonaro fica realmente estável.”