Iger da Disney retorna ao palco familiar, mas com desafios diferentes

Mesmo em declínio, a televisão tradicional continua sendo o maior negócio da Disney, oferecendo US$ 8,5 bilhões em receita operacional no exercício fiscal encerrado em outubro.

A Disney e outras empresas de mídia tradicionais estão enfrentando uma equação simples que se mostrou incrivelmente difícil de resolver: o lucro da televisão tradicional está diminuindo em um ritmo mais rápido do que as perdas de streaming estão diminuindo. No caso da Disney, espera-se que os ganhos com a televisão tradicional caiam US$ 1,6 bilhão em 2023, enquanto as perdas com o streaming diminuirão apenas cerca de US$ 900 milhões, segundo Nathanson.

Em novembro, a Disney disse que as perdas de seu portfólio de streaming totalizaram US$ 1,5 bilhão de julho a setembro, em comparação com US$ 630 milhões no ano anterior.

Mas Chapek, que liderou a teleconferência de resultados de novembro da empresa, reiterou a promessa de que o Disney+ teria lucro em outubro próximo. Wall Street tem sido cética em relação a essa afirmação, e Iger pode revisá-la na quarta-feira, juntamente com a previsão de que o Disney+ terá de 215 milhões a 245 milhões de assinaturas globais até 2024. O Disney+ atualmente tem cerca de 164 milhões em todo o mundo.

As empresas sempre tentam dar a melhor interpretação possível aos números ao conversar com analistas, acionistas e a mídia em teleconferências de resultados trimestrais. Mas o tom otimista de Chapek na sessão de novembro não caiu bem, dados os números que a Disney estava relatando. Juntamente com as crescentes perdas no streaming, a Disney teve margens de lucro decepcionantes em seus negócios de parques temáticos e não atendeu às expectativas gerais de Wall Street tanto para receita quanto para lucro líquido, uma raridade para a empresa. (Quando um executivo sênior da Disney disse em particular ao Sr. Chapek antes da ligação que seus comentários planejados eram muito positivos, ele a chamou de Bisonho, o burro sombrio de “Winnie the Pooh”.)

O Sr. Iger, sem dúvida, destacará algumas das conquistas recentes da Disney. “Avatar: The Way of Water”, lançado pela Walt Disney Studios, arrecadou US$ 2,2 bilhões em todo o mundo desde que chegou aos cinemas em 16 de dezembro. A Disney recebeu mais indicações ao Oscar no mês passado (23) do que qualquer outra empresa. Durante as férias de final de ano, os parques temáticos da Disney ficaram paralisados, diminuindo os temores sobre o aperto de cinto do consumidor.

“Apesar dos macro ventos contrários, os parques ainda parecem incrivelmente fortes”, disse Ehrlich.

Mas Iger também precisará lidar com um conjunto medíocre de números gerais, pelo menos se as previsões dos analistas estiverem corretas. Os analistas esperam um lucro por ação de cerca de US$ 0,79 por ação da Disney, ante US$ 1,06 no mesmo período do ano anterior, e uma receita de US$ 23,4 bilhões, acima dos US$ 21,8 bilhões do ano anterior.