França retirará tropas de Burkina Faso, à medida que sua impopularidade na África cresce

As autoridades francesas não confirmaram o número de soldados, no entanto, e ainda não está claro para onde eles podem se mover. Na África, a França tem bases em Djibuti, Gabão, Costa do Marfim, Níger e Senegal. Espera-se que o presidente Emmanuel Macron, da França, anuncie uma reestruturação da presença militar da França no continente ainda este ano.

A partida das tropas francesas simboliza um mal-estar mais amplo que se desenvolve entre Burkina Faso e seu ex-colonizador, um fenômeno se espalhando em países francófonos na África. No Mali, vizinho do norte de Burkina Faso, milhares de soldados franceses passaram quase uma década lutando contra extremistas, mas a segurança não melhorou, e o alcance dos grupos armados se espalhou do deserto ao norte até o centro mais populoso. Os malianos culparam os franceses pela terrível situação em seu país e, no ano passado, o embaixador francês e vários meios de comunicação franceses foram expulsos, enquanto todas as suas tropas foram retiradas sob forte pressão do governo maliano.

Um cenário semelhante se desenrolou em Burkina Faso, onde militantes islâmicos fizeram incursões desde 2015 e ameaçaram desestabilizar os países vizinhos. Nos últimos meses, analistas e autoridades alertaram que Burkina Faso poderia recorrer a o grupo mercenário russo Wagner para recuperar territórios perdidos, um cenário que no Mali trouxe alguns resultados no terreno mas também levou a dezenas de mortes de civis.

Em dezembro, o presidente Nana Akufo-Addo, de Gana, acusou as autoridades de Burkina Faso, vizinho de Gana, de terem assinado um acordo com Wagner. “Tê-los operando em nossa fronteira norte é particularmente angustiante para nós em Gana”, disse Akufo-Addo.

Essa presença, no entanto, não foi confirmada.

O general Didier Castres, ex-vice-chefe do Estado-Maior para operações militares francesas, anteriormente estacionado no vizinho Mali, repetiu a declaração do Sr. Ouedraogo. “Enquanto Wagner não intervir, acho que a França manterá as portas abertas”, disse ele.

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