Explosões relatadas em 2 bases militares russas: atualizações ao vivo

Crédito…Ludovic Marin/Agência France-Presse — Getty Images

PARIS – Um “ponto essencial” em qualquer conversa de paz sobre a guerra na Ucrânia deve ser como fornecer “garantias de segurança à Rússia”, dadas as preocupações de Moscou sobre a OTAN, disse o presidente francês Emmanuel Macron.

Os comentários de Macron, em uma entrevista na televisão transmitida no sábado, retomaram um tema que ele vem perseguindo desde antes de a Rússia lançar sua invasão em grande escala na Ucrânia em 24 de fevereiro, mas que não se repetiu ultimamente. “Precisamos preparar o que estamos prontos para fazer, como proteger nossos aliados e Estados membros e como dar garantias à Rússia no dia em que ela retornar à mesa de negociações”, disse Macron.

“Um dos pontos essenciais que devemos abordar – como o presidente Putin sempre disse – é o medo de que a OTAN bata em suas portas e o desdobramento de armas que possam ameaçar a Rússia”, disse ele.

A entrevista com a TF1, uma rede de televisão francesa, pareceu simpatizar com as preocupações do presidente Vladimir V. Putin da Rússia e foi imediatamente destacada pela TASS, a agência de notícias estatal russa. Isso provocou uma reação raivosa na Ucrânia.

Macron deu a entrevista durante sua visita de Estado aos Estados Unidos, que terminou no sábado. Foi transmitido quando ele partiu.

Durante sua visita, Macron se esforçou para enfatizar o inequívoco apoio francês à causa ucraniana, prometendo aumentar o apoio militar francês, e o presidente Biden indicou abertura condicional para falar com Putin. Com base nisso, os dois líderes apresentaram uma frente unida.

Não houve reação americana imediata aos comentários de Macron, mas eles pareciam ir além de qualquer coisa que os Estados Unidos tenham oferecido a Putin.

David Arakhamia, o chefe do grupo de negociação ucraniano em negociações com a Rússia que rapidamente fracassaram no início da guerra, postou uma resposta contundente à proposta de Macron no Telegram.

Ele disse que o que a Rússia precisava fazer para as negociações começarem era “sair do território de nosso país; pagar reparações; punir todos os criminosos de guerra; abandonar voluntariamente as armas nucleares”.

A última dessas reivindicações era uma clara referência à Memorando de Budapesteassinado em 1994. Sob o acordo, a Rússia estava entre os estados que garantiram a “independência e soberania da Ucrânia nas fronteiras existentes” em troca da Ucrânia desistir de seu arsenal nuclear, mas desde então tem sido ignorado por Putin.

Desde 2019, quando declarou a necessidade da reinvenção do “uma arquitetura de segurança” entre a União Europeia e a Rússia, Macron tem insistido na necessidade de atrair a Rússia para uma nova “ordem de estabilidade” na Europa.

Embora tenha condenado a invasão “imperial” de Putin com firmeza, Macron aparentemente não foi levado a reconsiderar a praticabilidade de qualquer integração russa em um acordo de segurança europeu.

Respondendo a um tuíte da TASS apresentando as observações de Macron, Nicolas Tenzer, proeminente cientista político e ensaísta francês, comentou: “Devastador”.

A Dra. Alina Polyakova, presidente do Center for European Policy Analysis, um instituto de pesquisa com sede em Washington, comentou o tweet de Tenzer, dizendo: “Você sabe que está fazendo algo terrivelmente errado quando a propaganda estatal do Kremlin o elogia. Parece que não importa o quão brutal seja Putin, Macron não pode deixar de lado sua visão falha”.

Há profundas suspeitas sobre a abordagem de Macron à Rússia na Lituânia, Letônia, Estônia, Polônia e outros estados da União Européia e da OTAN que já estiveram sob o jugo totalitário soviético. Isso minou suas aspirações à liderança europeia.

Em 8 de fevereiro, pouco antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, Putin apresentou três demandas em uma coletiva de imprensa conjunta com Macron em Moscou. Estas foram: o fim do alargamento da OTAN; nenhuma implantação de mísseis perto das fronteiras da Rússia; e uma redução da infra-estrutura militar da OTAN na Europa para seus níveis em 1997, antes que os estados bálticos e da Europa central anteriormente controlados por Moscou se juntassem à aliança.

Os Estados Unidos descartaram as exigências russas como “inúteis” na época, mas Macron parece ter uma visão mais matizada.

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