Dois palestinos morreram e outros ficaram feridos neste sábado (8) por disparos do exército israelense durante uma operação na cidade de Jenin, na Cisjordânia ocupada, informou o Ministério da Saúde palestino.
A pasta disse em uma nota que “dois cidadãos foram assassinados a tiros pela ocupação [israelense] em Jenin”, no norte da Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967. As vítimas são Ahmad Daraghmeh, de 16 anos, e Mahmoud al Sous, de 18.
Também ficaram feridos outros 11 palestinos, três dos quais estão em estado grave, acrescenta o comunicado.
Dois adolescentes palestinos são mortos por forças israelenses na Cisjordânia
O exército israelense disse que suas tropas realizaram uma operação na região para prender um palestino de 25 anos suspeito de pertencer ao grupo armado Jihad Islâmica e de atirar contra soldados.
“Durante a operação, dezenas de palestinos lançaram artefatos explosivos e coquetéis molotov contra os soldados israelenses, que foram alvos de disparos”, disse o Exército em um comunicado. “Os soldados responderam com munição real contra os suspeitos armados”, acrescentou.
Para a Jihad Islâmica, os dois jovens mortos são “mártires”.
Segundo a agência oficial de notícias palestina Wafa, as forças israelenses também atiraram contra jornalistas durante a operação.
Em outro incidente, ocorrido na quarta-feira, dois jornalistas ficaram feridos durante uma operação israelense em Deir al Hatab, a leste de Nablus, na qual um palestino morreu.
Em resposta ao ataque de hoje em Jenin, o movimento islamista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, louvou a “resistência na Cisjordânia” diante da “debilidade” do exército israelense, que “precisa mobilizar todos os seus aviões militares e helicópteros para deter uma única pessoa”.
Nos últimos meses, o exército israelense realizou incursões frequentes, muitas vezes mortais, em Jenin e em outras partes da Cisjordânia, visando principalmente militantes palestinos. Dezenas de palestinos morreram, entre combatentes e civis.
O aumento da violência na Cisjordânia coincide com a campanha eleitoral em Israel para o pleito de 1º de novembro e com as tensões internas nos territórios palestinos, onde muitos jovens acusam a Autoridade Nacional Palestina (ANP), dirigida por Mahmoud Abbas, de não se opor às operações das forças israelenses.
A ANP, por sua vez, instou os Estados Unidos a “aumentarem a pressão sobre Israel” para evitar “consequências devastadoras para todos”, advertiu em nota Nabil Abu Roudeina, porta-voz de Abbas.