Diplomata que enfrentou congelamento do Brexit no Reino Unido agora vê um ‘novo começo’

Os Estados Unidos também ajudaram a resolver uma disputa controversa, disse Vale de Almeida, um dos diplomatas mais experientes da Europa, que também atuou como embaixador da UE em Washington e nas Nações Unidas. O presidente Biden, que valoriza sua herança irlandesa, deixou claro que uma solução negociada era necessária se houvesse uma visita presidencial para comemorar o 25º aniversário do Acordo da Sexta-Feira Santa, que encerrou anos de derramamento de sangue sectário.

“Os EUA desempenharam um papel importante”, disse Vale de Almeida, que está prestes a receber uma bolsa de estudos na Universidade de Columbia. “Acho importante que os EUA tenham deixado bem claro que essa situação não deveria ter impacto no Acordo da Sexta-Feira Santa e que precisávamos encontrar uma solução.”

O novo acordo encerra um período de hostilidade quase aberta entre Londres e Bruxelas, durante o qual Johnson e seu negociador do Brexit, David Frost, adotaram táticas combativas. O efeito foi sentido fortemente pelo Sr. Vale de Almeida, um cidadão português, que abriu a primeira embaixada da União Europeia em Londres depois que a Grã-Bretanha partiu há três anos – apenas para descobrir que, no rescaldo turbulento do Brexit, o tapete vermelho não era sendo lançado.

“Começou da pior maneira possível”, disse ele, lembrando como o governo de Johnson inicialmente se recusou a conceder-lhe privilégios diplomáticos totais.

Por um capricho do destino, o Sr. Vale de Almeida e o Sr. Johnson já se conheciam – como adversários. Três décadas antes, o Sr. Vale de Almeida era um porta-voz da mídia para a Comissão Européia, e o Sr. Johnson era um repórter em Bruxelas para o The Daily Telegraph, escrevendo artigos, muitas vezes claramente falsoque ridicularizou a União Europeia.

Vale de Almeida insiste que não há ressentimentos, nem pelos escritos juvenis de Johnson sobre Bruxelas, nem pelo desprezo infligido ao embaixador da UE. Ele disse que respeitava a inteligência de Johnson e – talvez um elogio indireto a um ex-jornalista – sua “criatividade”.

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