Cursos EaD têm maioria dos alunos pela 1ª vez, aponta exame do MEC; nota é mais baixa do que presencial | Educação

Uma avaliação de cursos do ensino superior conduzida pelo Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostrou, pela primeira vez, que a maioria dos alunos (52%) está matriculada na modalidade EaD, o ensino a distância.

Apesar de terem o maior contingente de alunos, esses cursos ficaram atrás dos presenciais nas notas obtidas pelos universitários na avaliação que considera os conhecimentos específicos e gerais de cada áreas de formação.

Os dados são do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2021. O Enade é realizado desde 2004. Desta vez ele foi aplicado em 14 de novembro para alunos de cursos de bacharelado, licenciatura e tecnológico de 30 áreas.

O Enade é o exame aplicado pelo governo federal aos estudantes “concluintes”, ou seja, que estão no último ano da graduação. Cada curso é avaliado a cada três anos.

Na atual edição, praticamente todos os cursos de licenciatura que formam os futuros professores foram avaliados. Veja a lista na imagem abaixo:

Na atual edição, praticamente todos os cursos de licenciatura que formam os futuros professores foram avaliados. — Foto: Inep

Ao todo, dos quase 366 mil alunos de licenciatura inscritos, 53% deles cursavam pedagogia.

O Enade mostrou, por outro lado, que as notas de cursos presenciais foram maiores do que as obtidas pelos cursos EaD.

A nota máxima foi alcançada por 6,2% dos cursos de educação presencial ante 2,3% dos EaD.

Diferença entre os cursos EaD e presencial nas notas do Enade 2021 — Foto: Inpe

“Os cursos presenciais obtiveram melhores resultados nos dois indicadores que os cursos a distância, com diferenças superiores a 12 pontos percentuais no número de cursos com faixas 4 e 5 no Conceito Enade e no Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD) “, afirmou o Inep na avaliação dos resultados.

Rede privada x rede pública

A maioria dos inscritos estavam matriculados em instituições privadas de ensino. Dos 492.461 alunos, apenas 33% estavam em instituições públicas (federal, estadual ou municipal).

Apesar disso, foram os alunos de universidades públicas que mais obtiveram nota máxima proporcionalmente.

Entre as instituições municipais, 2,6% conquistaram nota 5 no Conceito Enade. Nas universidades estaduais, 4,9% obtiveram nota máxima. Das instituições federais avaliadas, 11,4% foram consideradas nota 5.

Já entre as instituições privada sem fins lucrativos, 4,9% conseguiram a nota máxima. Mas apenas 1,5% das faculdades com fins lucrativos conseguiram a mesma nota.

A edição corresponde à de 2020, que não foi aplicada em decorrência da pandemia de Covid-19.

O Enade integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e tem como objetivo geral avaliar o desempenho dos estudantes em relação a conteúdos programáticos, habilidades e competências para atuação profissional e conhecimentos sobre a realidade brasileira e mundial, bem como sobre outras áreas do conhecimento. O exame é obrigatório.

O primeiro Enade foi aplicado em 2004. A cada três anos, no máximo, o curso deverá ser avaliado.

O resultado do Enade faz parte dos indicadores de qualidade da educação superior. Em 2018, mais de 460 mil universitários fizeram a avaliação e 30% dos cursos de ensino superior tiveram nota insuficiente no exame.

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