Candidato à reeleição, Jair Bolsonaro cumpre agenda de campanha no Ceará | Eleições 2022 no Ceará

O presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo Partido Liberal (PL), cumpre agenda de campanha em Fortaleza, capital do Ceará, neste sábado (15). Foi o segundo estado do Nordeste visitado por Bolsonaro neste sábado, ele esteve em Teresina (PI).

Durante sua visita ao estado, Bolsonaro afirmou, sem provas, que o tiro disparado na noite desta sexta-feira (14) em uma igreja, uma hora antes de evento com a participação de sua esposa, Michelle Bolsonaro, foi dado por um integrante de uma facção crimimosa.

“O fato de ontem, já tem boletim de ocorrência. A minha esposa, acho que estava aqui, foram dados dois tiros no local aonde ele foi, foi preso o elemento. Ele é de uma facção criminosa, confessou que foi inspirado no que aconteceu no Rio antes de ontem para inibir presença de pessoas no evento da primeira-dama com a Damares [Alves, ex-ministra]”, declarou.

Entretanto, segundo Sandro Caron, secretário da Segurança do Ceará, o homem que disparou contra a igreja não tem antecedentes criminais.

“No momento do disparo, que foi só um, a polícia prontamente conseguiu capturar o suspeito. Ele não tem antecedentes criminais, disse que trabalha como vigilante e negou que fizesse parte de algum grupo criminoso. Em relação aos demais questionamentos, ele usou o direito de permanecer calado. Inclusive, depois o evento ocorreu normalmente”, afirmou Caron.

Em Fortaleza, o presidente realiza um comício no Polo de Lazer no bairro Barra do Ceará. Acompanharam Bolsonaro membros da campanha à reeleição e políticos locais que apoiam o candidato. Depois da cidade cearense, o presidente também terá compromissos eleitorais em São Luís (MA).

Conforme a apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro obteve no Ceará no primeiro turno 1,3 milhões de votos (25,38%), enquanto Lula recebeu 3,5 milhão de votos (65,91%). O ex-presidente Lula foi o mais votado em todos municípios cearenses no primeiro turno.

Ao todo, no primeiro turno, Bolsonaro recebeu 51 milhões de votos (43,2%) e ficou atrás do ex-presidente Lula, que recebeu 57 milhões de votos (48,4%). O segundo turno está marcado para o próximo dia 30.

Jair Bolsonaro voltou a fazer críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT), que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato a presidente, durante entrevista coletiva no aeroporto. No primeiro turno, os eleitores do Ceará elegeram dois petistas para governador, Elmano de Freitas, e senador, Camilo Santana, atual governador do estado.

“É muita desinformação praticada pelo PT. Muita mentira. ‘Não gosta de nordestino, não gosta de negro, vai acabar o Bolsa Família, vai aumentar a gasolina’. É o tempo todo assim. Muita gente acredita nisso, a gente vai desmentindo isso daí. Pode ter certeza que muita gente foi prejudicada com isso”, disse.

O presidente também defendeu ações do governo federal realizada durante seu mandato. Questionado por jornalistas sobre as prioridades de um eventual segundo governo, respondeu que projetos de energia eólica e demandas apresentadas por políticos locais podem ser atendidas pelo Executivo federal.

Bolsonaro estava acompanhado de André Fernandes e Carmelo Neto, que foram os mais votados no Ceará entre os candidatos a deputado federal e estadual, respectivamente. O policial militar Capitão Wagner, candidato derrotado ao governo do Estado e que apoia Bolsonaro no segundo turno, também estava presente.

Além Wagner, outros políticos ligados às polícias do estado estiveram presente, como os policiais Delegado Cavalcante e Sargento Reginauro, dois dos principais cabos eleitorais de Bolsonaro no Ceará. Reginauro foi eleito deputado federal, e Cavalcante, que disputou o mesmo cargo, não foi eleito.

A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, chegou a Fortaleza na sexta-feira (14), e participou de um ato de campanha em uma igreja evangélica na Praia de Iracema. Uma hora antes da chegada de Michelle, um homem foi preso por disparar tiros de arma de fogo contra o muro da igreja. A polícia investiga se há motivação política.

No Piauí, Bolsonaro cumpriu agenda em Teresina, onde utilizou a siga CPX para atacar o adversário na disputa presidencial, Lula. No último dia 12, Lula participou de ato no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, e usou um boné com a sigla.

Apoiadores de Bolsonaro, passaram a disseminar fake news afirmando que o petista havia manifestado apoio a organizações criminosas. A sigla CPX é, na verdade, a abreviação da palavra “complexo” – referência a “complexo de favelas”, expressão que denomina regiões com concentrações de comunidades, como CPX Alemão, CPX Penha, CPX Maré e CPX Salgueiro.

Esta é a segunda viagem de Bolsonaro ao Nordeste desde o último dia 5, quando relacionou a vitória do ex-presidente Lula na região no primeiro turno ao analfabetismo de parte da população. Na última quinta (13), o candidato à reeleição participou de agendas em Recife (PE).

No primeiro turno, Lula venceu nos nove estados do Nordeste, e a declaração de Bolsonaro repercutiu negativamente. Diante da repercussão, o candidato à reeleição disse que não quis atacar os nordestinos.

Os estados do Nordeste somam 42,3 milhões de eleitores e ficam atrás somente dos estados do Sudeste (66,7 milhões de eleitores).

No discurso a seus apoiadores em Teresina, Bolsonaro disse ser “mentira” afirmar que ele associou a vitória de Lula na região ao analfabetismo.

“Mentira. Não tem esse vídeo”, afirmou Bolsonaro.

No último dia 5, três dias após o primeiro turno, o presidente declarou: “Uma notícia importante, pessoal: ‘Lula venceu em nove dos dez estados com maior taxa de analfabetismo’. Vocês sabem quais são esses estados? São do nosso Nordeste. Não é só taxa de analfabetismo alta o mais grave nesses estados. Outros dados econômicos agora também são inferiores nessas regiões.”

O colunista do g1 Valdo Cruz informou que aliados de Bolsonaro avaliam que o presidente cometeu uma série de erros desde que começou a campanha do segundo turno, entre os quais:

Conforme o Blog do Valdo Cruz, integrantes do comitê de Bolsonaro avaliam que o presidente deveria buscar votos dos eleitores mais moderados, que não compactuam com ataques às instituições e que podem acabar votando em Lula no segundo turno.

Assista às notícias do Ceará no g1 em 1 Minuto:

Ouça o episódio do podcast O Assunto sobre “A guerra nada santa de Bolsonaro”:

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