Annie Ernaux, escritora francesa, ganha Prêmio Nobel de Literatura 2022 | Pop & Arte

Annie Ernaux, escritora francesa, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura 2022. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (6), pela Academia Sueca, em Estocolmo.

Segundo a Academia, o prêmio foi concedido “pela coragem e acuidade clínica com que desvenda as raízes, os estranhamentos e os constrangimentos coletivos da memória pessoal.”

A escritora é uma das convidadas para a Flip, a Feira Literária Internacional de Paraty, deste ano. Annie deve participar de uma das mesas no dia 26 de novembro.

Annie Ernaux — Foto: Reprodução/Twitter

Mulheres no Nobel de Literatura

Entre a centena de homens, o Prêmio Nobel de Literatura foi concedido a dezessete mulheres desde 1901. A primeira delas foi Selma Lagerlöf, em 1909, e a última, este ano, para Annie Ernaux.

Vencedoras do Nobel em Literatura: (acima) Selma Lagerlöf, Grazia Deledda, Sigrid Undset, Pearl Buck. Abaixo: Gabriela Mistral, Nelly Sachs, Nadine Gordimer, Toni Morrison — Foto: Fotos: Fundação Nobel. | Arte: G1

  • 1909 – Selma Lagerlöf
  • 1926 – Grazia Deledda
  • 1928 – Sigrid Undset
  • 1938 – Pearl Buck
  • 1945 – Gabriela Mistral
  • 1966 – Nelly Sachs
  • 1991 – Nadine Gordimer
  • 1993 – Toni Morrison

Vencedoras do Nobel de Literatura: Wislawa Szymborska, Elfriede Jelinek, Doris Lessing, Herta Müller, Alice Munro, Svetlana Alexievich — Foto: Fotos (na ordem): Fundação Nobel (Wislawa Szymborska, Elfriede Jelinek, Doris Lessing, Herta Müller); J Munro – Fundação Nobel (Alice Munro), A. Mahmoud – Fundação Nobel (S. Alexievich)

  • 1996 – Wislawa Szymborska
  • 2004 – Elfriede Jelinek
  • 2007 – Doris Lessing
  • 2009 – Herta Müller
  • 2013 – Alice Munro
  • 2015 – Svetlana Alexievich
  • 2018 – Olga Tokarczuk
  • 2020 – Louise Glück
  • 2022 – Annie Ernaux

Após o escândalo #Metoo, que levou à suspensão do prêmio em 2018, e as críticas recorrentes pela presença de laureados masculinos e eurocêntricos, a Academia Sueca, encarregada de conceder a honraria, disse que renovou seus critérios para que o prêmio seja mais global e feminino.

A medalha do Prêmio Nobel — Foto: The Nobel Prize Foundation

O prêmio para cada uma das categorias do Nobel é de 10 milhões de coroas suecas (na conversão direta atual, cerca de R$ 4,8 milhões).

A láurea de medicina foi a primeira a ser anunciada nesta segunda-feira (3). O prêmio foi para Svante Pääbo, por suas descobertas sobre os genomas de hominídeos extintos e a evolução humana. Em 1982, o pai do cientista, Sune Bergstrom, também ganhou o Nobel de Medicina.

O prêmio de Física, anunciado na terça-feira (4), foi para três cientistas, o francês Alain Aspect, o americano John F. Clauser e o austríaco Anton Zeilinger. Eles levaram o Nobel por estudos sobre a mecânica quântica, um campo da física que investiga o comportamento de partículas muito minúsculas como átomos, elétrons e fótons.

Carolyn Bertozzi, uma das ganhadoras do Nobel de Química de 2022. — Foto: Stanford Media Relations via AP

O prêmio de Química também foi dividido entre três cientistas. Carolyn R. Bertozzi, Morten Meldal e K. Barry Sharpless receberam o Nobel pela criação de uma ferramenta criativa para a construção de moléculas como “desenvolvimento da química do clique e da bioquímica bioortogonal”. “Entre muitas outras aplicações práticas, o trabalho do trio permitiu que tratamentos contra o câncer possam ser mais direcionados”, afirmou o comitê do Nobel.

Os prêmios Nobel da Paz e de Economia serão anunciados respectivamente nesta sexta (7) e na segunda-feira (10).

A láurea foi criada pelo químico e empresário Alfred Nobel. Inventor da dinamite em 1867, o sueco doou a maior parte de sua fortuna em testamento para a criação de prêmios de física, química, medicina, literatura e paz (o prêmio de economia foi criado anos mais tarde).

Um busto do fundador do Prêmio Nobel, Alfred Nobel, em exibição durante cerimônia de entrega da láurea em 2018, em Estocolmo. — Foto: Henrik Montgomery/TT News Agency via AP, File

O documento dizia que os prêmios deveriam ser concedidos “àqueles que, durante o ano anterior, tenham conferido o maior benefício à humanidade”.

Contudo, hoje em dia, conforme explica Juleen Zierath, membro do Instituto Karolinska – o júri do Nobel de Medicina-, essa regra não é mais tão levada à risca.

“Você pode ter feito essa descoberta em um estágio muito inicial de sua carreira de pesquisa, ou pode ter feito essa descoberta em um estágio muito avançado de sua carreira de pesquisador”, ressalta a pesquisadora.

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