“Com a maior tranquilidade e maturidade”. Foi assim que o governador Cláudio Castro, aliado de Bolsonaro, disse que os apoiadores do presidente receberam a notícia de que Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho (União Brasil), prefeito de Belford Roxo, iria apoiar Lula neste segundo turno. O “passe” de Waguinho foi fortemente disputado entre Lula e Bolsonaro, mas, por fim, o prefeito anunciou o apoio ao petista, apesar de se declarar “aliado ao governador Cláudio Castro” e do “respeito ao presidente Jair Bolsonaro e ao senador Flávio Bolsonaro”.
Na contramão dessa “tranquilidade”, este blog já revelou o relato de André Ceciliano (PT), presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que denuncia ameaças, insinuações e piadas direcionadas a Waguinho e até secretários.
André Ceciliano, Lula, Daniela e Waguinho: apoio em Belford Roxo — Foto: Divulgação
Castro nega as supostas ameaças: “nem foi ameaçado nem ameaçou”. Pondera que “na Baixada, tudo ferve demais”. E diz ainda que apesar de o grupo aliado a Bolsonaro não ter conseguido convencer Waguinho, eles conseguiram manter o apoio de Márcio Canella (deputado estadual mais votado do RJ e aliado de Waguinho), e do vice-prefeito, Marcelo Canella (irmão de Márcio Canella).
Empenhado em reeleger o presidente Jair Bolsonaro (“manter e ampliar votações no estado”), Castro disse que conversou e segue conversando intensamente com prefeitos para articular alianças e atos em apoio a Bolsonaro.
Sobre uma possível vitória de Lula e os próximos quatro anos – caso tenha que governar ao lado do petista -, Castro garantiu que vai haver diálogo.
“Nós que somos politicos, a gente tem que aprender a governar com quem a população escolhe. A gente vai ter que dialogar. O Rio de Janeiro não sobrevive sem o auxílio do governo federal, até por isso estou me esmerando pra eleição do meu candidato, porque tenho uma boa relação construída com ele, mas se tiver que governar com Lula, será construída uma relação de diálogo, nós dois temos o perfil de ‘homem de diálogo’ ”.