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Alceu Valença faz jus ao Prêmio UBC pelo conjunto de obra que se mantém coerente e vivaz | Blog do Mauro Ferreira

ANÁLISE – Instituição de gestão de direitos autorais que reúne os maiores criadores da música do país (em time que inclui os octogenários Caetano Veloso, Gilberto Gil e Milton Nascimento), a União Brasileira de Compositores (UBC) também completa 80 anos em 2022 e surpreende positivamente ao escolher Alceu Valença como o artista homenageado na 6ª edição do Prêmio do Compositor Brasileiro, informalmente conhecido como Prêmio UBC e em voga desde 2017.

Aos 76 anos, completados em 1º de julho, Alceu de Paiva Valença é um dos maiores nomes da música do Brasil. Pernambucano de São Bento do Una (PE), cidade do sertão nordestino onde, criança, absorveu o canto dos aboiadores, emboladores, repentistas e violeiros, Alceu é artista de sintaxe original que faz jus ao prêmio que receberá em 8 de novembro em cerimônia na sede da UBC, na cidade do Rio de Janeiro (RJ).

Na premiação, músicas do compositor serão apresentadas nas vozes de dez nomes de diferentes gerações, sob direção musical de Zé Ricardo. O elenco ainda está sendo mantido sob sigilo.

Perpetuado em farta discografia iniciada há 50 anos com o álbum Alceu Valença e Geraldo Azevedo (1972), o cancioneiro de Alceu Valença vem percorrendo senhora estrada cuja rota abarca a alternativa cena psicodélica do Recife (PE) nos anos 1970, década em que o artista ganhou projeção nacional ao eletrificar com a batida do rock os gêneros musicais nordestinos – sobretudo o frevo, o coco, o baião e a toada – e ao temperar o som resultante desse mix potente com a influência moura presente na nação nordestina.

Com as raízes fincadas no sertão nordestino, mas com as antenas ligadas no mundo, a música de Alceu é elétrica e vivaz – como o criador habitualmente verborrágico – e também se mostra embebida em poesia.

Em cena desde 1968, Alceu Valença se projetou em meados dos anos 1970, ganhando visibilidade no festival Abertura (TV Globo, 1975), mas somente fez real sucesso no Brasil a partir de 1980, ano em que o coco Coração bobo bateu forte nas paradas nacionais.

Desde então, o cantor se manteve em evidência e, mesmo já longe das paradas, continua lotando shows Brasil adentro com plateias que combinam público jovem com seguidores de primeira hora. Talvez porque, na embolada do tempo, a música de Alceu Valença permaneça viçosa, com o brilho de outrora.

Com 311 composições registradas na UBC, o artista merece o prêmio pelo conjunto coerente dessa obra de caráter monumental.

Fonte

MicroGmx

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