Os Estados Unidos decidiram designar o grupo militar privado russo Wagner como uma importante organização criminosa transnacional, informou a Casa Branca na sexta-feira, uma medida que ampliará o número de nações e instituições que podem ser impedidas de fazer negócios com a empresa.
“Nossa mensagem para qualquer empresa que esteja considerando fornecer apoio a Wagner é simplesmente esta: Wagner é uma organização criminosa que está cometendo abusos generalizados dos direitos humanos”, disse John Kirby, porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, a repórteres em uma coletiva de imprensa.
As novas medidas contra a empresa, que já está sob sanções dos Estados Unidos, entrarão em vigor na próxima semana. Designar Wagner como uma organização criminosa transnacional congelará os ativos da empresa nos Estados Unidos e proibirá os americanos de fornecer dinheiro, bens ou serviços ao grupo.
O Sr. Kirby disse que Wagner, uma força mercenária dirigida por um aliado próximo do presidente Vladimir V. Putin da Rússia, estabeleceu-se como um “centro de poder rival” para os militares russos e acrescentou que o fundador do grupo, Yevgeny Prigozhin, supervisionou o destacamento de cerca de 50.000 funcionários para a Ucrânia, um número que compreende em grande parte empreiteiros e condenados recém-libertos.
Os mercenários de Wagner desempenharam um grande papel na batalha pelo leste da Ucrânia e também realizaram operações militares na África.
“A Rússia está procurando armas em países estrangeiros, inclusive por meio de Wagner”, disse Kirby.
Kirby disse que as autoridades norte-coreanas negaram o fornecimento de armas a Wagner e, em seguida, exibiu uma foto que mostrava vagões russos viajando em novembro entre os dois países. Ele disse que as autoridades americanas encaminharam as fotos ao Conselho de Segurança das Nações Unidas e que espera que sanções adicionais sejam aplicadas contra a empresa depois que o painel revisar as evidências de que as resoluções das Nações Unidas foram violadas.
“Apesar de avaliarmos que a quantidade de material entregue a Wagner não mudou a dinâmica do campo de batalha na Ucrânia”, disse Kirby, “esperamos que continue a receber sistemas de armas norte-coreanos”.