O presidente Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, saudou as promessas renovadas de responsabilizar a Rússia por líderes internacionais reunidos neste fim de semana em Munique, onde autoridades ocidentais dobraram sua determinação de apoiar Kiev dias antes do aniversário da invasão russa.
Mas a Rússia respondeu duramente aos comentários da vice-presidente Kamala Harris, que usou um discurso no sábado na Conferência de Segurança de Munique para declarar que Moscou havia cometido “crimes contra a humanidade” na guerra na Ucrânia e prometido responsabilizar “todos os que perpetraram esses crimes”, bem como seus superiores.
Em uma afirmação no final do sábado, Anatoly Antonov, embaixador da Rússia em Washington, rejeitou os comentários “como uma tentativa, sem precedentes em termos de cinismo, de demonizar a Rússia”.
A demonstração de apoio ocidental à Ucrânia e o desafio contínuo da Rússia ocorrem em um momento simbólico e possivelmente crucial, enquanto a Rússia tenta intensificar uma nova ofensiva no leste da Ucrânia e com a guerra atingindo a marca de um ano na sexta-feira.
Na terça-feira, o presidente Biden deve comemorar o aniversário com uma visita a Varsóvia, enquanto o presidente Vladimir V. Putin, da Rússia, deve fazer um discurso no mesmo dia.
Em um discurso na noite de sábado, Zelensky disse que estava “grato” pelas “declarações importantes” de apoio das autoridades ocidentais.
“Recebemos fortes sinais de nossos parceiros e acordos concretos sobre a inevitabilidade de responsabilizar a Rússia por agressão, por terror contra a Ucrânia e seu povo”, disse. ele disse.
Especialistas alertam que qualquer processo legal para investigar e processar crimes contra a humanidade seria longo e tedioso, com prisões ou condenações longe de serem garantidas. E embora os aliados de Zelensky tenham fornecido à Ucrânia armas cada vez mais poderosas, não está claro se seus últimos apelos – incluindo caças a jato e mísseis de longo alcance – serão atendidos por líderes ocidentais cautelosos em provocar a Rússia a mais agressões.
Ainda assim, os Estados Unidos e seus parceiros europeus estavam ansiosos para mostrar unidade, repetindo em grande parte na conferência de Munique – um encontro anual que atrai líderes de dezenas de nações – que apoiariam a Ucrânia pelo tempo que fosse necessário.
O parceiro mais influente da Rússia, a China, transmitiu uma mensagem tipicamente calibrada na conferência. Wang Yi, membro sênior do Partido Comunista Chinês para relações exteriores, disse que “guerras nucleares não devem ser travadas”, um sinal potencial para Moscou de que a China não tolerará o uso de armas nucleares na Ucrânia, como Autoridades russas às vezes ameaçam.
Ao mesmo tempo, Wang procurou desviar da Rússia a culpa pela guerra, argumentando que “algumas forças podem não querer ver negociações de paz” e “podem ter objetivos estratégicos maiores do que a própria Ucrânia”. Essa linguagem ecoou as afirmações do Kremlin, rejeitadas pelo Ocidente, de que Moscou estava disposta a se envolver em negociações de paz de boa fé e que a OTAN pretendia subjugar a Rússia.
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