BRUXELAS – Os embaixadores da União Europeia que tentam chegar a um acordo sobre um preço máximo para o petróleo russo continuaram conversando na noite de quinta-feira, apesar das expectativas de que um acordo estava próximo.
As negociações sobre o teto de preço nas vendas de petróleo russo, uma política liderada pelo Grupo dos 7 países industrializados e outros aliados próximos da Ucrânia, estão em andamento há mais de uma semana na sede da União Europeia.
Os negociadores dos 27 países membros da UE precisam concordar com um preço por unanimidade. As últimas discussões giraram em torno de um preço de US$ 60 por barril, disseram vários diplomatas e autoridades. Isso é menor do que o originalmente sugerido pelo G7, uma vitória para nações pró-Ucrânia de linha dura, como a Polônia, que queriam um preço mais baixo para limitar as receitas do petróleo russo.
Um embargo quase total ao petróleo russo entra em vigor em 5 de dezembro na União Européia. As seguradoras e petroleiros da UE – que compreendem metade da frota global – não seriam mais autorizados a oferecer seus serviços para transportar petróleo russo. Não se aplicaria a compradores de petróleo russo, como China e Índia, se embarcarem e fizerem seguro das cargas com empresas de países fora do grupo que impõe o limite.
Temendo uma crise global de petróleo, os Estados Unidos defenderam a política de preço máximo, que permitiria aos petroleiros e seguradoras europeus continuar facilitando as exportações russas de petróleo, desde que o petróleo que estão transportando ou assegurando seja vendido pelo preço máximo ou abaixo dele.
O benefício dessa abordagem, de acordo com seus promotores, é que a Rússia perde alguma receita, pois o limite é inferior ao que seu petróleo normalmente obtém no mercado, mas tem um incentivo para continuar vendendo seu petróleo porque o preço ainda é alto o suficiente para gerar renda vital. Um limite também impediria que o preço do petróleo russo subisse acima de um certo ponto se os preços globais subissem.
O petróleo russo, também conhecido como petróleo bruto dos Urais, variou de preço entre US$ 60 e US$ 65 por barril na semana passada, sendo negociado com um desconto significativo em relação a outros tipos de petróleo.
A Polônia e um punhado de aliados foram os últimos redutos nas negociações da UE. Eles estavam pressionando por um preço o mais baixo possível para limitar a receita do petróleo que ajuda a financiar a guerra na Ucrânia, bem como uma revisão frequente do preço e mais sanções contra a Rússia.
Na noite de quinta-feira, esses pontos aparentemente estavam garantidos e os diplomatas da UE entraram no que esperavam ser sua última rodada de negociações antes de fechar um acordo. Mas a Polônia pediu uma extensão, disseram vários diplomatas e autoridades da UE.
Wally Adeyemo, o vice-secretário do Tesouro dos EUA, disse na quinta-feira que foi encorajado por sinais de que a União Europeia estava se unindo em torno de um preço. “Minha opinião é que vamos fechar esse acordo”, disse Adeyemo em um evento patrocinado pela Reuters, acrescentando que estava otimista de que a Polônia apoiaria um acordo que o restante de seus aliados ratificaria.
Diplomatas poloneses expressaram otimismo de que um acordo estava próximo, enquanto outros reclamaram que o processo já havia se arrastado por muito tempo e ameaçava fazer com que os aliados europeus da Ucrânia parecessem fragmentados.
Alan Rappeport relatórios contribuídos.
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