Zelensky diz que ataque russo à Polônia é 'escalada significativa'


Presidente da Ucrânia pediu reação dos países da Otan, aliança militar da qual a Polônia faz parte. Explosão perto da fronteira causou duas mortes. Moscou nega responsabilidade e vê provocação. Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante visita à cidade de Kherson
Assessoria da presidência ucraniana/via REUTERS
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta terça-feira (15) que foram mísseis russos que atingiram a Polônia e fala em uma “escalada significativa” do conflito.
“Quanto mais a Rússia sentir impunidade, mais ameaças haverá para qualquer um ao alcance dos mísseis russos. Disparar mísseis contra o território da Otan! Este é um ataque de mísseis russos contra a segurança coletiva! Esta é uma escalada muito significativa. Devemos agir”, disse.
O Ministério da Defesa da Rússia negou a acusação, que tratou como “uma provocação deliberada com o objetivo de agravar a situação”. Em comunicado, o governo russo afirmou que “nenhum ataque a alvos perto da fronteira entre Ucrânia e Polônia foi feito por meios de destruição russos”.
Mísseis russos
Duas pessoas morreram nesta terça-feira em uma explosão em Przewodów, no leste da Polônia, próximo à fronteira com a Ucrânia. A informação foi confirmada pelo corpo de bombeiros local, de acordo com a agência Reuters.
Segundo a agência Associated Press, um alto funcionário da inteligência dos Estados Unidos que não teve o nome revelado afirma que a explosão foi causada por mísseis russos. A Polônia é país-membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
A Otan é uma aliança militar formada em 1949 por 12 países, como EUA, Canadá, Reino Unido e França. Os membros concordam em ajudar uns aos outros no caso de um ataque armado contra qualquer Estado membro.
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O Pentágono afirma que não pode confirmar a informação de que mísseis russos atingiram a Polônia. “Não temos nenhuma informação neste momento para corroborar esses relatos e estamos investigando isso mais a fundo”, disse o porta-voz do Pentágono, Patrick Ryder.
A informação sobre os mísseis também não foi confirmada imediatamente pelo porta-voz do governo polonês Piotr Mueller. Ele afirmou, porém, que o governo estava realizando uma reunião de emergência por conta de uma “situação de crise”.
“O primeiro-ministro Mateusz Morawiecki convocou com urgência a Comissão do Conselho de Ministros para os assuntos de Segurança e Defesa Nacional”, afirmou Mueller em uma rede social.
Os bombeiros foram ao local da explosão, mas não informaram como ela foi causada. “Não está claro o que aconteceu”, disse Lukasz Kucy, um oficial no posto dos bombeiros da região.
Reação de países da Otan
Após a confirmação da explosão, outros países-membros da Otan prestaram solidariedade à Polônia e afirmaram que estão dispostos a defender o território da aliança.
A Estônia afirmou em uma rede social que as últimas notícias da Polônia são preocupantes. “Estamos consultando de perto a Polônia e outros aliados. A Estônia está pronta para defender cada centímetro do território da Otan. Estamos em total solidariedade com a nosso aliada próxima Polônia”.
O presidente da Lituânia Gitanas Nauseda afirmou que está mantendo contato próximo com a Polônia e que a Lituânia presta solidariedade ao país. “Cada centímetro de território da Otan deve ser defendido”, afirmou.
O primeiro-ministro da Eslováquia Eduard Heger disse que o país está preocupado com a notícia sobre a explosão. “Entrei em contato o primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki para expressar nossa solidariedade e total apoio. Vamos consultar a Polônia e outros aliados sobre a situação”, publicou.
O primeiro-ministro da República Tcheca Petr Fiala disse que os ataques de hoje à Ucrânia mostram que a Rússia quer destruir o país. “Se a Polônia confirmar que os mísseis também atingiram seu território, isso será uma nova escalada da Rússia. Apoiamos firmemente nosso aliado de União Europeia e Otan”, escreveu.
Bombardeios russos
A Rússia voltou a atacar Kiev e outras grandes cidades da Ucrânia nesta terça-feira (15), no mesmo dia em que líderes do G20 pediram em conjunto que os bombardeios fossem interrompidos.
Horas antes do novo ataque, o presidente da Ucrânia Volodymir Zelensky discursou durante a cúpula do G20. Em seu pronunciamento, ele afirmou que este é um bom momento para o fim da guerra em seu país.
“Estou convencido que agora é o momento em que a guerra pode e deve ser interrompida”, afirmou ele por vídeo em reunião com os países mais ricos do mundo.
Bombeiros isolam acesso a edifício em Kiev, na Ucrânia, alvo de bombardeio, em 15 de novembro de 2022.
Gleb Garanich/ Reuters

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