Zelensky chega à Itália para encontro com o Papa

Dias depois que o Papa Francisco confundiu o governo ucraniano com conversas sobre uma missão secreta de pazO presidente Volodymyr Zelensky da Ucrânia chegou a Roma no sábado para reuniões com Francisco e autoridades italianas, incluindo a primeira-ministra Giorgia Meloni.

A visita de Zelensky ocorre em um momento potencialmente crucial na guerra contra a Rússia, quando as forças ucranianas fazer avanços perto da principal cidade oriental de Bakhmut, antes de uma contra-ofensiva ucraniana amplamente esperada.

O líder ucraniano convocou sua viagem à capital italiana — que se encontrava em zona de exclusão aérea e com medidas extraordinárias de segurança nas ruas — “uma visita importante” pela “vitória que se aproxima” de seu país. O Vaticano confirmou que Zelensky se encontraria com Francisco no sábado. Zelensky também deve se encontrar com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, e com Meloni, que, apesar de ter diminuído o apoio à Ucrânia na opinião pública italiana e em seu próprio governo de coalizão, continua sendo uma firme defensora de Kiev.

A visita de Zelensky “reconhece a importância da Itália como um aliado chave” da Ucrânia, disse Antonio Tajani, ministro das Relações Exteriores da Itália. Ele acrescentou que a Itália continuará a oferecer “total apoio” à Ucrânia na guerra e disse que, embora a paz seja desejável, “paz significa paz com justiça, a completa independência da Ucrânia”.

Em suas reuniões com o governo, Zelensky deve renovar os pedidos de apoio militar italiano, especialmente armas antiaéreas, já que analistas italianos disseram que a ajuda ocidental contínua demonstraria ao presidente russo Vladimir V. Putin que os aliados da Ucrânia permanecem unidos.

Mas Francisco, que abomina o comércio de armas, demonstrou profunda ansiedade sobre o sofrimento causado pelo conflito de 15 meses.

“A guerra na Ucrânia”, disse Francisco na manhã de sábado no Vaticano, “trouxe sofrimento e morte indescritíveis”.

Zelensky e Francisco se encontraram em Roma para uma visita oficial em 2020 antes da guerra, mas desde a invasão em grande escala da Rússia em fevereiro de 2022, o papa recusou vários convites do governo ucraniano para se encontrar com Zelensky em Kiev.

Francisco afirmou que, na esperança de eventualmente desempenhar o papel de pacificador, ele queria que qualquer visita à Ucrânia fosse em conjunto com uma visita a Moscou, mas Putin repetidamente deixou claro que não queria tal visita.

Nas últimas semanas, o papa procurou se lançar na discussão sobre uma possível paz na Ucrânia. Em um voo de volta da Hungria no mês passado, Francisco falou enigmaticamente sobre “uma missão acontecendo agora, mas ainda não é pública” para trazer a paz, acrescentando “quando for público falarei sobre isso”.

O Kremlin respondeu dizendo que não tinha ideia do que o papa estava falando. E o embaixador da Ucrânia na Santa Sé, Andrii Yurash, disse: “A Ucrânia não sabe disso”.

O Sr. Zelensky não deixou a Ucrânia durante os primeiros 10 meses da guerra e suas primeiras viagens fora do país – inclusive para Grã-Bretanha, França e Estados Unidos — eram raros. Nas últimas semanas, porém, ele visitou Haia e Finlândiae deverá seguir viagem para a Alemanha.

A Rússia continuou a atacar cidades e vilas ucranianas longe da linha de frente durante a noite. O prefeito de Khmelnytsky no oeste da Ucrânia, Oleksandr Symchyshyn, disse na televisão nacional no sábado que 11 pessoas ficaram feridas em greves que atingiram um pedaço de infraestrutura crítica e causaram um grande incêndio.

Força Aérea da Ucrânia disse em um comunicado que 21 drones de ataque russos foram lançados contra alvos em todo o país durante a noite e que 17 foram abatidos.

Victoria Kim contribuiu com reportagens de Seul, e Shashank Bengali de Istambul.

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