World of Warcraft e outros jogos da Blizzard serão retirados da China

É improvável que as consequências tenham um forte impacto nos resultados financeiros das duas empresas, disse Chenyu Cui, analista da consultoria de pesquisa Omdia.

“O negócio de jogos online da NetEase gerou mais receita de jogos para celular”, disse ela. Outros jogos como Naraka Bladepoint, a série Westward Journey e Justice são seus produtos mais lucrativos. A empresa informou que a porcentagem da receita total em 2021 dos jogos da Blizzard estava na casa dos “dígitos baixos”.

A Blizzard também parecia ter um impacto limitado com a decisão. Seu maior gerador de receita, Diablo Immortal, um RPG online desenvolvido pela NetEase, está excluído do acordo. Os acordos de licenciamento representaram 3% da receita líquida da Blizzard em 2021, de acordo com sua relatório trimestral.

Mas os investidores continuaram nervosos. Em Hong Kong, as ações da NetEase caíram 9% na quinta-feira.

O rompimento com a NetEase não exige a saída da Blizzard da China, disseram analistas. Antes de fazer parceria com a NetEase em 2008, a Blizzard trabalhou com um distribuidor chamado The9. A desenvolvedora de jogos americana poderia encontrar outra editora de jogos chinesa, como a Tencent, que poderia relançar os jogos da Blizzard no país.

Mas novas parcerias parecem incertas. Xi Jinping, o líder da China, garantiu que as empresas privadas na China seguissem de perto as prioridades do Partido Comunista, mesmo à custa de colaborações ocidentais.

Para uma geração de gamers e jogadores chineses de e-sports, a saída de produtos básicos americanos como World of Warcraft e Overwatch deixará uma marca cultural profunda, diz Daniel Ahmad, analista sênior da Niko Partners.

“Especialmente entre os nascidos, por exemplo, nos anos 80 e 90, eles cresceram jogando jogos da Blizzard para PC na China”, disse ele. “Mesmo que eles não joguem mais, eles ainda estarão cientes de que esta foi uma grande, grande mudança no espaço.”