Rapper já emplacou ‘Vampiro’, ‘Felina’ e ‘Coração de gelo’ nas paradas. ‘Sou moleque apaixonadão, tá ligado?’, ele diz. Perfil abre especial com apostas musicais para 2023; ouça podcast. “Qual será a sensação que ela sente ao se olhar no espelho e ver que é a mais gata?”. Foi com esse verso apaixonado e paquerador que o rapper cearense Wiu chegou ao top 3 do Spotify em 2022.
“Felina” é uma parceria com o funkeiro MC Ryan SP, mas começou de um freestyle direto de Fortaleza, e ganhou a internet antes mesmo de ser lançada.
Nesta semana, o g1 faz uma série especial de apostas musicais para 2023. Do indie pop ao forró de vaquejada, conheça artistas prontos para estourar.
Segunda-feira (9): WIU, o trapper apaixonadão
Terça-feira (10): Iguinho e Lulinha, os vaqueiros com tecla SAP
Quarta-feira (11): Luan Pereira, o boiadeiro baladeiro
Quinta-feira (12): Jota.pê, o novinho da MPB
Sexta-feira (13): Joji, FLO, Latto e Caroline Polachek, o novo pop gringo
Conheça suas histórias também no podcast g1 ouviu:
Último romântico
Além das batidas arrastadas, o rapper de 19 anos gosta de falar de amor. Wiu se rotula como “último romântico” do trap, gênero derivado do rap que é marcado por letras que falam de ostentação, de festas e do cotidiano difícil de algumas pessoas.
“Sou moleque ‘apaixonadão’, tá ligado? Desde sempre gosto de ouvir lovesong, R&B, uns sons românticos dos anos 2000, coisa mais antiga”, diz em entrevista ao g1.
É a vibe de romance que domina “Manual de Como Amar Errado”, álbum de estreia de Vinicius William Sales de Lima.
Na semana do lançamento em novembro, todas as 10 faixas entraram no top 200, ranking com as mais tocadas no Brasil.
Neymar entrou em campo na Copa do Catar ouvindo “Felina” no celular. É uma das duas músicas de Wiu entre as 10 mais ouvidas do Spotify no Brasil atualmente, ao lado do reggae-trap “Coração de gelo”.
Tudo promissor para a carreira do jovem que começou a escrever música aos 14 anos e encontrou o rap através de jogos do videogame.
Antes de se lançar como artista, Wiu entrou na 30praum, empresa de Matuê, e trabalhou na produção de “Máquina do Tempo”, primeiro álbum do rapper que deslanchou com “Kenny G”.
Depois de lançar singles, chegou a vez de estrear com um álbum com músicas escritas e produzidas por ele mesmo. O álbum saiu em novembro.
“É bizarro porque eu era só mais um menor no quarto fazendo música no computador, agora tenho um monte de amigo famoso”, comenta e dá risada.
E põe famoso nisso. O álbum começa e termina com a voz de João Gomes, que foi gravada na casa de Gabriel Medina.
Wiu sempre trocava ideia com o forrozeiro, mas estava difícil de conciliar as agendas. Até que um dia os dois estavam “de rolê” no Rio e deu certo o encontro na casa do surfista.
“João Gomes é a pessoa que mais gosto quando fala de amor. Ele fala de amor de um jeito que eu identifico muito, pô o Nordeste não tem jeito”.
João é antenado no rap tanto que tem músicas de Oruam no segundo álbum e vive encontrando L7nnon. João também fez uma versão de “Felina” e incluiu no repertório dos shows.
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Violão herdado do irmão
Wiu, rapper cearense de 19 anos
Divulgação/Leonardo Pimentel
Wiu passa o dia inteiro batucando desde que se entende por gente. Ele herdou um violão quando o irmão mais velho cansou de tocar com uma banda que tinha os primos.
“Era bem coisa de quintal mesmo para se divertir. Era muito inspirado em Charlie Brown, Fresno, rock brasileiro daquela época de Malhação. Cresci ouvindo e isso foi uma influência para mim”. Dá para ver bem essa influência clara em “Lealdade”.
Ainda no campo das referências, ele cita de Michael Jackson a Baco Exu do Blues, passando por uma galera da Nigéria, como Burna Boy e Rema.
“The Weeknd também… Os caras mais melódicos assim eu curto demais. Todo mundo que é meio especialista em falar de amor tem um brilho diferente”
“É impossível falar de amor nas músicas e não colocar tudo que você viveu ali na música, é um negócio muito íntimo. Então quando vejo que a galera se identifica também garante todos esses outros caras, eu me sinto real o último romântico”.
Trinca poderosa na 30
Teto, Wiu e Matuê são rappers da produtora 30PRAUM e dominam a cena do trap nacional
Divulgação/Mateus Aguiar
A força de Matuê impulsiona a 30praum como uma das maiores produtoras de rap do Brasil, mas a graça é lançar outros nomes no mercado.
Foi assim com Teto, rapper que foi disputado por outras empresas antes mesmo de lançar o primeiro álbum e, agora, com Wiu.
Eles emplacaram juntos “Vampiro”, trap que tem mais de 95 milhões de visualizações só no YouTube e ficou dias como a música mais tocada do Brasil no Spotify.
A parceria promissora é repetida em “Brinca Demais”, última música do álbum de Wiu. Os amigos de produtora são os únicos convidados no álbum de estreia do mais novo.
“Foi uma das primeiras que a gente fez no estúdio, por isso que tem muita energia de cada um dando o seu melhor ali”.
“A gente está em um ciclo de inspiração muito massa. Sou suspeito, mas somos músicos muito aplicados, sempre estamos no estúdio, mandando coisa um para o outro”.
Construído como um manual, Wiu agora tem o desafio de transpor a narrativa que funciona no fone de ouvido do álbum para o palco. A cobrança é dobrada, já que ele é músico e produtor também.
“Quero criar uma experiência diferenciada no palco, com banda e não só uma convencional. Já conversei isso com outras pessoas… E se a gente colocar uma harpa ou um flautista bravo?”.
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