Estes autores são muitas vezes citados na escola, trabalhados nas aulas de português e literatura, e podem, inclusive, aparecer no Enem e outros vestibulares. Machado de Assis é um dos principais nomes da literatura brasileira
Joalline Nascimento/g1
“No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho.” Para muitas pessoas, talvez essas palavras remetam imediatamente ao seu autor: o poeta, contista e cronista brasileiro Carlos Drummond de Andrade.
Outros nomes, como o de Clarisse Lispector, Machado de Assis e Guimarães Rosa, também ocupam um local no imaginário que nos levam a pensar em literatura brasileira.
📚 São autores muitas vezes citados na escola e trabalhados nas aulas de português e literatura. Nem sempre, porém, vamos lembrar do trecho específico de uma obra. Em muitos casos, o que nos faz reconhecer um autor são seus personagens, estilo e referências históricas ou de época.
🎯 Para quem é amante da leitura e conhecedor da literatura brasileira, pode ser fácil identificar obras de autores nacionais. Mas será que você se sairia bem em um quiz sobre o assunto? Descubra a seguir.
E, se você é vestibulando e vai fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e outros vestibulares, fique atento, pois também podem ser cobrados nas provas. (Veja mais abaixo.)
✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Enem no WhatsApp
Literatura brasileira nos vestibulares
Os vestibulares nacionais são conhecidos por sempre cobrar, em algum nível, conhecimento de literatura brasileira.
Os textos podem aparecer como conteúdo de apoio ou até motivar a própria questão, exigindo do aluno uma análise cuidadosa para chegar à resposta correta.
No Enem, trechos de autores contemporâneos e clássicos são sempre esperados. A edição de 2022, por exemplo, trouxe uma questão com um trecho retirado do livro “Esaú e Jacó”, de Machado de Assis. (Veja abaixo e confira a resposta correta na legenda.)
Questão 29 do caderno azul do Enem 2022, que cita “Esaú de Jacó”, livro de Machado de Assis. Resposta correta: letra D
Reprodução/Inep
Outros vestibulares, como o da Fuvest, Unicamp, UFSC e Uneb, divulgam listas de livros para leitura recomendada ou obrigatória.
Segundo Vinicius Beltrão, que é coordenador de ensino e inovação do SAS Plataforma de Educação, cada vestibular tem sua própria linha quando se trata de obras literárias. Mas, segundo ele, cada vez mais, as universidades têm cobrado obras contemporâneas pela proximidade com a realidade dos estudantes.
Ainda tem uma incidência grande de obras do realismo e do início do modernismo, da primeira e da segunda fase. Mas as obras contemporâneas, especificamente, estão a cada ano ocupando um espaço maior na lista das universidades.
👉 E essa cobrança tem não apenas um, mas vários objetivos por trás, como explica Karen Nakano, professora de literatura do Colégio Passo Certo, de Cascavel (PR). Ela defende que o consumo dessas obras ajuda na capacidade de reflexão do aluno, além de impactar outros aspectos avaliados nas provas.
Ao ler uma obra dessas, o estudante amplia muito o seu vocabulário, que vai auxiliar na escrita da redação e na sua argumentação, e aumenta o seu conhecimento de mundo, que faz parte da sua formação acadêmica.
Além da literatura brasileira
A literatura brasileira não é a única cobrada no Enem e demais vestibulares. De uma forma geral, produções em português são muito comuns, inclusive aquelas originárias de Portugal ou de países do continente africano que têm o português como idioma.
Na lista de leitura obrigatória mais recente do exame de admissão da Unicamp, por exemplo, consta a Carta de Achamento a el-rei D. Manuel, assinada pelo português Pero Vaz de Caminha.
Os vestibulares estão interessados em um leitor antenado à pluralidade literária. No mundo contemporâneo e das novas tecnologias, não basta dominar apenas um estilo de leitura que normalmente nos é apresentado nas escolas: os clássicos. Vivemos a era da pluralidade artística. Através das seleções de obras, o candidato aos vestibulares será levado a entrar em contato com histórias que relatam a cultura moçambicana, indígena amazônica, histórias com linguagem típica do século 19 e dos dias atuais.
🎵🎵🎵 E eles vão além. Em uma edição anterior do vestibular da Unicamp, um álbum dos Racionais MC’s era obra obrigatória. Neste ano, “Canções Escolhidas”, uma análise da obra musical de Cartola, é que está na lista. No Enem, em 2022, o texto de apoio de uma das questões é um trecho da música “Assentamento”, de Chico Buarque.
Mas os professores explicam não haver prejuízo ao aluno quando o exame não oferece uma lista específica de obras.
“A ausência da lista abre o leque para que seja cobrado o conteúdo literário do ensino médio, não raro aproximando as questões das tradicionais Escolas Literárias. Como o Enem tem sua matriz bem definida, a prova deixa de ser imprevisível e tem também o seu padrão”, avalia Norival Leme Junior, professor de literatura do Stoodi.
📝 Isso é importante também porque os vestibulares querem mais do que o conhecimento de título ou do autor da obra, mas sim da reflexão imposta por seu conteúdo, seja escrito ou musical.
“O objetivo é promover a reflexão do estudante entre a literatura, a realidade e o compromisso social, e não só artístico, da obra, de falar sobre nós e sobre nossa época”, afirma Vinicius Beltrão, coordenador do SAS Plataforma de Educação.
‘Ganhei 100 pontos’: 5 dicas de alunos que tiveram um salto na nota do Enem
VÍDEOS DE EDUCAÇÃO
