Vanessa Lopes: a tiktoker que surgiu antes do TikTok e tem mais seguidores no app do que Anitta


Com quase 30 milhões de fãs na rede social chinesa, audiência da dançarina é composta, principalmente, pelo público infantil. Com 21 anos, ela é uma veterana: começou a postar vídeos aos 13. Conheça Vanessa Lopes, tiktoker que já tem quase 1 bilhão de likes
“Não consigo frequentar lugares onde tem criança sem segurança”, conta. “Meus amigos ficam brincando, me chamando de Xuxa, de Vanessa para baixinhos.”
Vanessa Lopes tem quase 30 milhões de seguidores no TikTok — mais do que celebridades como Anitta, por exemplo, têm no app. E está prestes a alcançar a marca de um bilhão de curtidas na rede social chinesa.
A influencer de 21 anos, nascida em Brasília, é uma profissional das redes sociais desde 2020, ano em que uma agência de influenciadores passou a representá-la.
Segundo Vanessa, a maior parte de seu público é composto por crianças e adolescentes, que se engajam em seus vídeos de dança.
Vanessa Lopes tem quase 30 milhões de seguidores no TikTok
Reprodução/ Instagram
A “vitrine virtual” já lhe rendeu contratos com marcas nacionais e internacionais, indicações a prêmios, linha de maquiagem com seu nome e também participações em músicas e clipes.
Além disso, como integrante do Programa Criativo Beta, Vanessa monetiza alguns dos vídeos que publica na plataforma.
Ela faz postagens todos os dias, mas nem todas viram dinheiro. Nos últimos dois meses, sua média de ganhos com o programa foi de R$ 6.250.
Seu dia a dia se divide entre a atualização diária de quase todas as suas redes — além do TikTok, ela mantém perfis no Instagram, no Twitter e no YouTube, onde posta com menor frequência — além de ações publicitárias e colaborações feitas diretamente com marcas.
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Um olhar rápido pelo perfil de Vanessa, onde vídeos com dezenas de milhões de visualizações estão agrupados, não revela o quão veterana ela é naquela rede. Sua história com o TikTok começou antes de o próprio aplicativo existir.
Em 2014, com 13 anos, ela mantinha um perfil no finado Musical.ly, plataforma onde usuários gravavam e postavam vídeos com duração de 15 segundos a um minuto, acompanhados por música.
Se a proposta do Musical.ly te parece familiar, saiba que não é por acaso. Ele foi criado em 2014 e vendido para a ByteDance em 2017, onde ganhou outro nome: TikTok.
Com a venda, todas as pessoas cadastradas no Musical.ly foram automaticamente integradas à rede social chinesa.
“Para mim, foi como se não tivesse mudado. Gravo conteúdos no estilo do TikTok desde que tinha 13 anos”, resume Vanessa.
Ela seguiu gravando, simplesmente porque se divertia com a atividade, que a permitia praticar a chamada de dança de cintura. “Eu fazia muito belly dance, pegava referência das meninas que eram famosas na França, na Espanha.”
Naquela época, dez anos atrás, Vanessa ainda estava no ensino médio e usava o app para se comunicar com amigos. Postava três vezes por mês: “Gravava raramente, quando lembrava, para amigas e amigos verem”.
A diversão começou a ganhar ares de seriedade com o início da pandemia, quando Vanessa já estava na faculdade de publicidade. Com mais tempo livre em mãos, ela criou uma agenda de produção.
“Comecei a acordar cedo e gravar. Fazia quatro ou cinco tiktoks por dia e ia postando.”
Foi assim que sua relação com o aplicativo começou a mudar. Ela conta que, mesmo sem perceber, já tinha o hábito de atentar para o funcionamento da plataforma.
“Via muito conteúdo, o que estava viralizando, o que achava legal, o que meus amigos e as pessoas que eu seguia estavam fazendo”, diz.
A dançarina continuou nessa rotina por três meses até que foi encontrada pela Chango Digital, agência que a representa até hoje. O contrato foi assinado com a empresa ainda em 2020 e, assim, o TikTok se tornou fonte de renda e vitrine que a levou a ser vista por diferentes marcas.
A partir de então, todos os contratos que assinou para publicidade passaram – e ainda passam — pelas mãos de seu pai e da agência. “Eles têm a porcentagem deles (nos contratos) e eu tenho a minha”, diz Vanessa.
Quando o que até então era diversão virou trabalho, conciliar a faculdade com a rotina de gravações se mostrou inviável e ela trancou o curso de publicidade para se dedicar exclusivamente à nova ocupação.
Vanessa Lopes, de 21 anos, é uma profissional das redes sociais desde 2020
Divulgação
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Casas de gravação
Entre 2020 e 2021, as chamadas “casas de gravação” figuraram entre os assuntos mais repercutidos em diferentes plataformas, marcando o início da carreira de Vanessa como influenciadora.
Nessas casas, eram reunidos produtores de conteúdo de nichos variados e, durante semanas, a rotina era voltada para gravações, sessões de foto e colaborações entre os inquilinos – tudo organizado pela agência da influenciadora.
A ação rendeu um aumento significativo de seguidores e do interesse das parcerias com as marcas. Vanessa participou de seis casas.
“Essa foi a época em que eu comecei a crescer de verdade, porque, até então, eu tinha de um a dois milhões (de seguidores). Depois das casas de gravação, era um milhão de seguidores [a mais] por mês”, conta.
Como tiktoker veterana, Vanessa não precisa dos programas de monetização para garantir sua renda.
Mesmo assim, ela entrou para o Criativo Beta. Mas não pode monetizar boa parte dos vídeos que posta porque a plataforma não aceita pagar por vídeos que utilizem músicas com direito autoral.
O TikTok aprova apenas os hits que estão disponíveis na biblioteca do app (geralmente são áudios com menos de 1 minuto, ou seja, acabam não atendendo as regras desse programa de monetização).
Mesmo assim, ela não quer parar de dançar — pelo contrário. “Pretendo sempre evoluir na dança, porque acredito que a gente sempre tem que evoluir em tudo. Quero postar vídeos cada vez mais profissionais. Acredito que a plataforma pode me ajudar bastante”, diz.
Aos 21 anos, a influenciadora Vanessa Lopes acumula quase 30 milhões de seguidores no TikTok.
Reprodução/TikTok
Algoritmo e saúde mental
O fato de o TikTok ser uma rede de atualização frenética obriga quem tem perfil na plataforma a acompanhar esse ritmo, e para Vanessa, a rotina de produção e postagens gerou impacto negativo no passado.
“Durante muito tempo, eu me pressionei. Acabei perdendo um pouco minha cabeça”, lembra. “É igual a comediante, a você querer que o cara faça uma piada nova todo dia. O cara não vai aguentar. Não existe isso. Você estuda, pesquisa, pensa, organiza.”
Ela confessa que, atualmente, toma cuidado para não se tornar escrava da plataforma e nem de seu algoritmo, que é fator relevante para determinar o alcance do conteúdo postado.
Sua relação com o TikTok mudou ao longo dos anos, assim como suas preocupações com seu perfil na rede social. Se, lá em 2020, a prioridade era conquistar audiência, hoje ela diz que o maior desafio é não perder sua base de seguidores.
“Na real? Nosso maior medo, de quem cresceu rápido, sempre foi manter. O difícil não é crescer, nem ficar conhecida. O difícil é se manter ali”, confessa.
“Isso é algo que mexe muito com a cabeça das pessoas. Trabalhei muito para entender que tenho meu nicho, tenho meu nome, estou lá. Tenho que trabalhar, mas por mim. Antes, eu era uma escrava pesada da plataforma.”
Preocupação com fãs
Apesar de seu perfil no TikTok ser voltado para a dança, Vanessa explora temas como maquiagem, bem-estar, prática de esportes e humor. Segundo a influenciadora, a maior parte de seu público é composto por crianças e adolescentes e, por isso, tem tentado estimular hábitos saudáveis.
“Tenho uma irmã de 11 anos e comecei a perceber esse negócio de ficar no computador o dia inteiro, de não fazer amizade, de ter dificuldade para esportes, para viver a vida. Comecei a fazer vlogs por isso, para incentivar as pessoas a viver mais”, explica.
A audiência infanto-juvenil também é motivo de atenção quando frequenta locais públicos. “Tem que ter um certo cuidado. Meu maior medo é traumatizar uma criança”, diz. Mas os mais novos também são responsáveis por fazer seus vídeos chegarem a outro público.
“Os pais me conhecem através dos filhos, os avós me conhecem através dos netos”, comemora, atribuindo o sucesso da audiência à dança. “Acho que é uma arte universal, não precisa de muita coisa, é uma linguagem de todos.”
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