USP propõe trocar Sisu por nova forma de seleção via Enem | Educação

A Universidade de São Paulo (USP) pode contar, já em 2023, com uma nova opção de ingresso na graduação usando a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Nesta quinta-feira (20), o Conselho de Graduação da instituição aprovou a criação de um novo sistema, chamado de USP-Enem, que passaria a realizar a seleção das vagas antes destinadas ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Com isso, a USP deixaria de oferecer vagas no sistema do Ministério da Educação.

Para entrar em vigor, porém, a proposta ainda precisa ser aprovada no Conselho Universitário (CO), o que deve ocorrer no final de novembro.

O projeto apresentado nesta semana pela Pró-Reitoria de Graduação segue um modelo semelhante ao já adotado pela Comvest, responsável pelo vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Atualmente, 20% das vagas de graduação são selecionadas pela nota do Enem.

Compatibilização de calendários

Em entrevista ao Jornal da USP, o pró-reitor de Graduação, Aluísio Segurado, explicou que a ideia é permitir que todos os novos calouros façam a matrícula no mesmo período, usando dois sistemas gerenciados pela própria Fuvest: o vestibular tradicional da USP, e o novo sistema USP-Enem.

“A Fuvest, ao administrar as chamadas das duas formas de ingresso, consegue fazer com que o processo seja simultâneo, o que facilitará a integração e favorecerá o desempenho acadêmico dos novos estudantes”, explicou ele.

Atualmente, os calendários da Fuvest e do Sisu têm cerca de duas semanas de diferença.

Para os novos ingressantes de 2022, a Fuvest divulgou o resultado da primeira chamada em 11 de fevereiro, com matrícula em 14 de fevereiro. O processo de segunda e terceira chamada ocorreu entre 22 de fevereiro e 8 de março, e as aulas começaram em 14 de março.

Já o governo federal, responsável tanto pelo Enem quanto pelo Sisu, divulgou as notas do Enem 2021 em 9 de fevereiro, dois dias antes do calendário anunciado. Mas as inscrições para o Sisu entre 15 e 18 de fevereiro, o resultado em 22 de fevereiro e a matrícula entre 23 de fevereiro e 8 de março.

Nesse período, os candidatos não aprovados na primeira chamada podem entrar numa lista de espera, que começa a convocar os estudantes apenas a partir de 10 de março.

O pró-reitor de Graduação explicou ainda que a compatibilização dos calendários “também contribuirá com o trabalho das comissões de heteroidentificação”, responsáveis pela verificação da autodeclaração dos candidatos concorrentes às vagas destinadas a pretos, pardos e indígenas (PPI), antes da confirmação da matrícula.

Estudante realiza prova da segunda fase do vestibular da Fuvest neste domingo (16). — Foto: ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Mudança pode ocorrer ainda nesta edição

Se aprovada, a USP diz que a mudança pode ser adotada ainda nesta edição do vestibular. Para isso, o sistema USP-Enem terá seu próprio período e regras de inscrições, ainda a serem definidos, para os candidatos querendo concorrer com a nota do Enem.

O novo sistema não impede que o mesmo candidato também concorra pela prova da Fuvest. Ao Jornal da USP, o professor Segurado explicou que, sempre que possível, a seleção vai privilegiar a nota da Fuvest, no caso em que o candidato seja selecionado nos dois processos.

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