“Eu não reconheci aquelas crianças com quem viajamos em abril no trem para sua nova vida”, disse Ksenia Mishonova, a comissária de direitos da criança para a região de Moscou, em um comunicado. “Agora eles são nossos pequenos concidadãos!”
Algumas crianças ficaram de fato órfãs ou abandonadas na Ucrânia e preferem viver na Rússia. O Times conversou com um adolescente de Mariupol que disse não ter família em casa. Ele disse que sua família adotiva o amava como se fosse deles.
Outros, como Anya, desejam voltar.
Ela participava de uma aula semanal chamada Conversas sobre Coisas Importantes. A aula de meia hora, apresentada recentemente por Putin, ensina as crianças a se orgulharem da Rússia.
Às vezes, disse Anya, ela chora, imaginando se algo horrível aconteceu com sua família.
Após mais de um mês de reportagens, os repórteres do Times chegaram à mãe de Anya, Oksana, na Ucrânia. Sem emprego, sem acesso à internet, uma pequena pensão por invalidez e uma guerra acontecendo, ela disse que não tinha ideia de como encontrar sua filha.
“Estou procurando em todos os lugares, mas não consigo encontrá-la”, disse ela. “Ela está me procurando.”
Ela disse que não sabia que Anya havia sido levada para a Rússia.
Repórteres disseram a Anya e Oksana como entrar em contato uma com a outra. A perspectiva de Anya voltar para casa, porém, não é clara. Autoridades ucranianas estão de boca fechada sobre como conseguiram dezenas de crianças de volta da Rússia.
“Esse é realmente o número dela?” Anya perguntou.
Anastasia Kuznetsova, Alina Lobzina e Maria Varenikova relatórios contribuídos.