Unicamp vai adequar laboratório de alto desempenho para fazer diagnóstico da varíola dos macacos | Campinas e Região

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vai adequar o Laboratório de Diagnóstico Molecular de Alto Desempenho (LDMAD) para realizar diagnóstivo da varíola dos macacos. A estrutura é a mesma usada para exames da Covid-19, e será dividida para receber as amostras de sangue de pacientes com sintomas do vírus monkeypox. A previsão é que a unidade esteja habilitada e apta até fim de setembro.

A divulgação da medida ocorreu nesta segunda-feira (22) e é parte de um conjunto de cinco ações de combate à varíola definidas pela equipe do HUB de Saúde Global da Unicamp – lançado em maio deste ano com objetivo de buscar soluções para a saúde e já com atuação em estudos sobre coronavírus.

Além do diagnóstico, o HUB vai aplicar conhecimentos de diversas áreas em pesquisas clinica e básica, vigilância epidemiológica e comunicação.

Em entrevista ao g1, o professor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) Plínio Trabassos explicou que o laboratório será dividido, para seguir com a parte de Covid-19 e também ser preparado para o acolhimento de exames de varíola dos macacos. Uma divisória vai separar as salas, para garantir a segurança biológica, segundo ele.

“A gente precisa ter o laboratório adequado para pedir que ele seja certificado pela Rede Emílio Ribas, e só aí a gente pode ser credenciado. O credenciamento não é imediato, mas não deve demorar muito. Depende primeiro da reforma para depois o pessoal do Emilio Ribas vir e fazer a análise e a vistoria. Estamos com o deadline [prazo final] até fim de setembro”, explicou.

Duas máquinas farão a análise das amostras de sangue por meio de exame PCR, e a previsão é que o resultado saia em até oito horas.

“São duas máquinas, uma extrai o RNA e a outra faz a amplificação do material genético. O resultado sai em até oito horas”.

“A abrangência, quem vai determinar é a Rede Emílio Ribas. A gente supõe que seja a mesma área de abrangência da área universitária, e os DRS [Departamento Regional de Saúde] 7 [Campinas] e 14 [São João da Boa Vista]”, completou. O DRS-7 abrange 42 municípios e O DRS-14, 20 cidades.

O encaminhamento dos exames será feito via rede básica de saúde, como já ocorre no SUS, e também vai atender à comunidade da Unicamp – estudantes, professores e servidores no geral. No estado, 2.506 moradores já contraíram o vírus, segundo balanço mais recente.

O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp foi definido, em 4 de agosto, como uma das unidades de referência para casos de maior gravidade da varíola dos macacos. Segundo o estado, 16 serviços privados e universitários já foram credenciados pelo Instituto Adolfo Lutz para realização de diagnósticos.

Vista aérea da Unicamp, em Campinas — Foto: Antoninho Perri/Ascom/Unicamp

Atuação do HUB para monkeypox

Inicialmente, o trabalho da equipe do HUB será feito com recursos da própria Unicamp. Os esforços serão concentrados para prevenção da doença, tratamento de infecções, produção de conteúdos informativos, vigilância epidemiológica, além do desenvolvimento de medicamentos, terapias e vacinas.

Cinco frentes para combate à varíola dos macacos:

  • Diagnóstico
  • Pesquisa clínica
  • Vigilância epidemiológica
  • Pesquisa básica
  • Comunicação

Em relação a pesquisas sobre o vírus, Trabasso disse que “os projetos estão em elaboração, e precisam ser submetidos ao comitê de ética”. A frente epidemiológica vai identificar o cenário da doença para direcionar as ações preventivas e de controle.

Orientações sobre prevenção

Apesar do nome da doença fazer referência aos macacos, ela é transmitida entre humanos, principalmente pelo contato pele com pele, mas também por gotículas e objetos contaminados compartilhados. O contágio entre homens que têm contato íntimo com outros homens têm sido mais frequente.

Quem apresentar sintomas, deve procurar atendimento médico e será orientado a fazer um isolamento para evitar o contágio, mesmo dentro de casa. O período costuma ser de 21 dias, até que as casquinhas das feridas caiam. É preciso evitar contato físico com outras pessoas e também o compartilhamento de objetos, como roupas, toalhas e lençóis.

Os principais sintomas são febre, dor de cabeça, dores musculares, fraqueza, inchaço nos gânglios linfáticos e o aparecimento de lesões cutâneas.

A coceira da varíola dos macacos passa por diferentes estágios até a formação de lesões de pele — Foto: UKHSA

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