Unicamp aprova cotas para pretos e pardos na pós-graduação com reserva mínima de 25% das vagas


Consu confirmou medida apesar de 11 institutos ou faculdades já terem programas próprios. Expectativa é percentual de reserva de vagas alcance 37,2%. Estudantes durante Calourada 2022 da Unicamp
Antoninho Perri/SEC Unicamp
O Conselho Universitário (Consu) da Unicamp aprovou a aplicação de cotas étnico-raciais nos cursos de pós-graduação de todos os institutos da universidade. O percentual mínimo de vagas para o modelo é 25%, mas a meta é que seja alcançado até 37,2% – que é a fatia de moradores autodeclarados pretos e pardos do estado de São Paulo.
Quando começa a funcionar? Segundo a universidade, todos os programas de pós-graduação devem considerar a nova regra nos próximos processos seletivos.
Apesar da aprovação na noite de terça-feira (3), os institutos já tinham autorização para incluir a política afirmativa nos programas. Um exemplo é o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), que desde 2015 aplica a medida e foi o primeiro a aderir na universidade.
Ao todo, 11 institutos ou faculdades já possuem o programa – seis deles que já aplicam e outros cinco com previsão para iniciar nos processos deste ano.
Nº de alunos pretos e pardos cresce 61,6%, mas é menos de um terço do total da graduação
E outros grupos? Na mesma reunião do Consu foi aprovada uma indicação que, segundo a Unicamp, abre a possibilidade de adoção de cotas na pós-graduação para outros grupos sociais marginalizados.
Sem detalhar quais seriam esses grupos, a Unicamp afirmou que são “aqueles que não apresentam condições de competir em situação de igualdade nos processos seletivos devido a fatores históricos e culturais envolvendo desigualdade e marginalização”.
Estudantes no campus da Unicamp
Antonio Scarpinetti / Unicamp
E na graduação? Nestes cursos, a Unicamp já possui o cotas desde o vestibular de 2019. Levantamento divulgado há um ano apontou que, com a medida, o número de alunos autodeclarados pretos e pardos cresceu 61,6% entre 2018 e 2022.
A instituição somava, até o final de 2022, 20,8 mil estudantes, sendo 5,7 mil negros – o que significava 27,7% do total.
Pesquisadores pós-doc
A Unicamp comunicou, ainda, a publicação de um edital elaborado pela Unicamp prevê a reserva de vagas étnico-raciais para pesquisadores pós-doc.
VÍDEOS: destaques da região de Campinas
Veja mais notícias da região no g1 Campinas

Fonte

Compartilhe:

inscreva-se

Junte-se a 2 outros assinantes