Em 2019, Luiz Inácio Lula da Silva passava 23 horas por dia em uma cela isolada com esteira em uma penitenciária federal.
O ex-presidente do Brasil foi condenado a 22 anos de prisão acusações de corrupçãouma convicção que parecia encerrar a carreira do homem que já foi o leão da esquerda latino-americana.
Agora, libertado da prisão, o ex-líder sindical voltou aos holofotes e tentou retomar o comando da maior nação da América Latina, com 217 milhões de pessoas, com a missão de desfazer o legado do presidente Jair Bolsonaro.
Quando ele deixou o cargo em 2011, após dois mandatos, o índice de aprovação de Lula chegou a 80%. Mas então ele se tornou a peça central da uma extensa investigação em subornos do governo que levaram a quase 300 prisões, levando-o à prisão e aparentemente destinado à obscuridade.
O retorno de Lula ao cargo de presidente consolidaria seu status como a figura mais influente da democracia moderna do Brasil. Ex-metalúrgico com educação de quinta série e filho de trabalhadores rurais analfabetos, ele é uma força política há décadas, liderando uma mudança transformadora na política brasileira para longe de princípios conservadores e em direção a ideais esquerdistas e interesses da classe trabalhadora.
Como presidente de 2003 a 2010, o governo de Lula ajudou a tirar 20 milhões de brasileiros da pobreza, revitalizou a indústria de petróleo do país e elevou o Brasil no cenário mundial, inclusive ao sediar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.
Mas também permitiu um vasto esquema de propina para apodrecer em todo o governo, com muitos de seus aliados do Partido dos Trabalhadores condenados por aceitar subornos. O Sr. da Silva foi condenado por aceitar um condomínio e reformas de empresas de construção que licitam contratos governamentais. Em 2021, a Suprema Corte decidiu que o juiz em seus casos era tendencioso e anulou suas condenações, embora a decisão não tenha afirmado sua inocência.
O Sr. da Silva há muito sustentou que as acusações eram falsas.
No geral, a campanha de Lula foi construída em torno da promessa que ele vem fazendo há décadas: ele tornará a vida melhor para os pobres do Brasil. A pandemia afetou a economia do Brasil, com a inflação atingindo dois dígitos e o número de pessoas que passam fome dobrando para 33 milhões. Ele prometeu ampliar a rede de segurança, aumentar o salário mínimo, reduzir a inflação, alimentar e abrigar mais pessoas e criar empregos por meio de grandes projetos de infraestrutura.
“Ele foi o presidente da luta contra a pobreza, e esse é o legado que ele quer manter se vencer”, disse Celso Rocha de Barros, sociólogo que escreveu um livro sobre o Partido dos Trabalhadores.
No entanto, como a maioria dos políticos bem-sucedidos, os discursos de Lula muitas vezes eram curtos em detalhes e longos em promessas. Ele frequentemente construiu sua retórica em torno de um confronto entre “eles”, as elites, e “nós”, o povo.
“Ele é o candidato do povo, dos pobres”, disse Vivian Casentino, 44, cozinheira vestida com o vermelho do Partido dos Trabalhadores, em um comício no mês passado no Rio de Janeiro. “Ele é como nós. Ele é um lutador.”
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