Um navio orgulhoso se transformou em um problema gigante de reciclagem. Então o Brasil planeja afundá-lo.

Enquanto isso, a campanha ambiental estava ganhando força. Dias após a partida do navio, as autoridades turcas solicitaram aos seus homólogos brasileiros um novo inventário de substâncias perigosas. Insatisfeitos com a resposta, as autoridades turcas cancelaram a permissão de importação.

O navio e seu rebocador, que já haviam chegado a Gibraltar, tiveram que voltar. Grupos ambientalistas consideraram isso uma enorme vitória.

A jornada de São Paulo, porém, estava longe de terminar. Ao se aproximar do Brasil em outubro, a Marinha ordenou que permanecesse na costa nordeste em vez de retornar ao Rio de Janeiro, seu porto de partida.

Nesse ponto, após duas travessias transatlânticas, o navio precisou atracar para manutenção. Mas a campanha ambiental aparentemente funcionou muito bem. Autoridades locais assustadas no Brasil pressionaram os portos a não receber o navio, e ele foi repetidamente recusado. A marinha nunca ofereceu suas próprias bases, por razões que as autoridades nunca explicaram. Então, o navio e o rebocador começaram a fazer círculos.

Meses se passaram e, à medida que pequenos danos começaram a aparecer no casco, a MSK Maritime Services & Trading, parceira no projeto de reciclagem da Sok Denizcilik, ficou desesperada. A empresa precisava de um porto para consertar os estragos, e o rebocador consumia 20 toneladas de combustível por dia. Em janeiro, o MSK informou que havia perdido US$ 5 milhões no empreendimento.

Grupos ambientalistas disseram que ficaram perplexos com o fato de a marinha não aceitar o navio de volta e se recusaram a dizer por que isso não aconteceria. De acordo com a Convenção da Basiléia, os países são obrigados a reimportar resíduos tóxicos que não conseguem exportar com sucesso. Ativistas dizem que o Brasil está violando a convenção ao não permitir que o navio atraque. As autoridades negam, alegando que o navio está em águas brasileiras.

A Marinha do Brasil não respondeu aos repetidos pedidos de comentários para este artigo. Em um declaração preparadadisse que, apesar de já não ser o proprietário do navio, tem acompanhado o caso com atenção e que os proprietários do navio não cumpriram até ao momento os requisitos para autorização de atracação.

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