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Às 16h14 de uma segunda-feira de agosto, os torcedores ainda não se reuniram no Yankee Stadium. Faltam menos de três horas para o primeiro arremesso entre o Yankees e o Mets. O saguão ecoa com o som do gelo sendo carregado nas fontes de refrigerante; o campo interno ainda está sendo descoberto e raked.
Nos recessos do estádio de concreto no Bronx, NY, Tyler Kepner, o colunista nacional de beisebol do The New York Times, caminha pelos corredores. Ele precisa encontrar Edwin Díaz, o arremessador substituto do Mets.
Kepner podia andar no andar de baixo do estádio enquanto dormia. Ele cobriu o Yankees como repórter do The Times por oito temporadas, e o Mets por duas antes disso. Agora, enquanto caminha com sua camisa polo listrada de azul e calça de sarja cinza, ele relembra o esforço que foi necessário para conseguir um perfil de Diaz fora do chão. Houve oscilações e erros, promessas de conversa que não deram certo. Mas ele acredita que o processo valerá a pena.
“Díaz é o melhor jogador de beisebol”, disse Kepner.
Kepner sabe praticamente tudo sobre a carreira do arremessador. Seu conhecimento de beisebol é enciclopédico – ele fala com outros repórteres sobre um jogo que ocorreu há 15 anos como se estivesse acontecendo antes deles e lança estatísticas de décadas anteriores sem pensar. Mas não são apenas os números que iluminam Kepner – é também a alma do esporte.
Como jogadores experientes dirão, beisebol (e reportar sobre isso) é “uma coisa sensível”, disse ele.
Kepner aprimorou sua sensação por décadas. Ele se apaixonou pelo beisebol quando criança – nove entradas era uma boa maneira de se relacionar com seu pai. (“Ainda é”, disse ele.) Quando adolescente, Kepner escrevia à mão sua própria revista mensal de beisebol, com reportagens e ilustrações de capa desenhadas por seu irmão. Ele enviou cópias para o radialista Bob Costas e Fay Vincent, então comissário da Major League Baseball. Em 1989, seus esforços foram apresentados na Sports Illustrated Kids e no Coluna Sports World Specials no The Times.
Quando ele se formou no ensino médio, ele já havia ganhado um passe de imprensa para cobrir o time de sua cidade natal, o Philadelphia Phillies. A experiência moldou sua ideia do que um jornalista esportivo deveria ser.
“Descobrir o que eu queria fazer desde muito jovem foi fundamental”, disse Kepner, acrescentando que conseguiu traçar uma carreira e desenvolver “uma empatia real por jogadores que são muito entrevistados”.
No Yankee Stadium, quando o vestiário do Mets abre para a imprensa, Kepner fica parado entre as prateleiras cheias de luvas e as televisões sintonizadas nos destaques dos jogos. Seus olhos, porém, estão focados e constantemente escaneando. Díaz pode sair a qualquer momento, e há uma dança delicada nessas entrevistas.
“Eu olho para cobrir o vestiário como se você fosse um quarterback procurando por alvos”, disse Kepner. “Se você quer um cara a cara, o receptor não vai ficar aberto por muito tempo. Então é melhor você jogar para ele enquanto ele está aberto. Porque se você não fizer isso, ele vai ser coberto por outro repórter.”
Quando Díaz finalmente sai, Kepner não o apressa, mas o cumprimenta como um velho amigo. Em uma conversa de 14 minutos, ele pergunta sobre as origens do melhor arremesso fora de velocidade de Díaz, seu controle deslizante, e relembra detalhes sobre sua vida e jogos anteriores.
Quando a entrevista termina, Kepner contabiliza as reportagens que fez até agora. Ele conversou com Seth Lugo, outro arremessador do Mets, sobre As lutas de Díaz em 2019. Ele também conversou com um ex-companheiro de equipe de Díaz do Seattle Mariners e com um treinador de arremessadores.
Enquanto os jogadores se preparam para o jogo, Kepner sobe as escadas para a caixa de imprensa que fica acima e atrás da home plate. O shortstop do Mets Francisco Lindor se prepara para rebater. As vaias dos torcedores dos Yankees são estrondosas, e os aplausos são quase tão altos quando Lindor deixa passar um chute. Kepner acompanha a pontuação da caixa com caneta e papel, para que possa consultá-la facilmente, se necessário.
Quando o jogo termina e os Yankees caminham, vitoriosos, de volta ao banco de reservas, Kepner corre para o andar de baixo novamente para uma entrevista coletiva. Hoje é para reportar – amanhã é para escrever.
O ambiente do beisebol continua sendo um fascínio para Kepner, seja no estádio ou dirigindo para casa com outro jogo no rádio. Assim como foi a primeira vez que assistiu a um jogo e sentiu a tradição. Afinal, é uma sensação.
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