Presidente eleito Lula
Fábio Tito/g1
A transição do governo Jair Bolsonaro para o governo Lula começou oficialmente nesta quinta-feira (3). E a equipe de Lula já tem uma avaliação: o Centrão é o principal responsável pelo início dos trabalhos de transferência de informações do atual governo para o próximo.
Para integrantes da equipe do presidente eleito, o Centrão está atuando de forma responsável pela estabilidade do país neste período pós-eleição.
Nesta quinta, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin esteve em Brasília e se reuniu com senadores para discutir o Orçamento da União o ano que vem. Alckmin também esteve no Palácio do Planalto e se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro e também teve um encontro com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Um interlocutor de Lula lembrou que, se a Casa Civil ainda estivesse sob o comando de um militar, como foi na época de Braga Netto, o clima, com certeza, seria outro.
Os principais elogios vão para o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e também para o presidente da Câmara, Arthur Lira. Os dois procuraram, logo após a eleição, a dar sinais de que não havia nenhum espaço para qualquer tentativa para questionar o resultado da eleição. E foram contra desde início aos bloqueios de estradas realizados por bolsonaristas.
Elogios a Lula
O Centrão também está fazendo elogios a Lula nos bastidores. A decisão do presidente de que o PT ficará fora da disputa pela presidência da Câmara dos Deputados foi bem recebida dentro do Centrão, que viu na posição de Lula um gesto na direção dos deputados, de que ele realmente não vai interferir na escolha do próximo comando da Casa.
O grupo de Arthur Lira leu a decisão de Lula como um recado de que o candidato que tiver maioria para se eleger presidente vai ser respeitado pelo novo governo. Ou seja, Lula aceitaria Arthur Lira caso ele consiga manter a maioria de hoje para garantir um novo mandato à frente da Câmara dos Deputados.
PEC da transição
Lula tem interesse em ter uma relação amistosa com o grupo de Lira para aprovar as medidas necessárias para viabilizar o seu primeiro orçamento ainda neste ano.
Principalmente a PEC da Transição, anunciada ontem pela equipe de Lula depois de encontro com o relator do Orçamento da União de 2023 para bancar despesas inadiáveis, como o Auxílio Brasil de R$ 600, fora do teto dos gastos públicos.