'Trabalhoso' e 'conteudista': 2º dia do Enem teve formato mais similar às provas da Fuvest e da Unicamp, dizem cursinhos


Exame Nacional do Ensino Médio teve neste domingo (20) questões de matemática e ciências da natureza (biologia, física e química). ENEM 2022 EM RIBEIRÃO PRETO, SP: Caderno de prova do segundo dia do exame aplicado neste domingo (20)
Érico Andrade/g1
Professores de colégios e de cursos que analisaram o conteúdo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 neste domingo (20) avaliam que a prova do 2º dia trouxe muita contextualização do dia a dia, mas sem questões polêmicas.
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Entretanto, cursinhos apontaram que os alunos encontraram uma prova bastante exigente. Eles responderam questões de matemática e ciências da natureza (biologia, física e química).
Sérgio Paganim, diretor do Curso Anglo, diz que a prova deste domingo trouxe muita contextualização da vida cotidiana, da sociedade em que a gente vive para a aplicação dos conteúdos. “É uma prova que vai ser um pouco mais trabalhosa para os alunos porque não tem a conta pela conta, não tem o conteúdo pelo conteúdo”.
Eduardo Bagnariolli, professor do Stoodi, reforça que o Enem manteve a estrutura de relacionar as questões com situações do cotidiano. “Característica cada vez mais marcante no Enem é que a prova tende a um formato mais conteudista, similar às provas da Fuvest, Unicamp, exigindo do candidato conhecimento do assunto.”
Para Luís Felipe Abad, professor e autor do Colégio e Sistema pH, o segundo dia de prova teve um nível de dificuldade dentro do esperado e os temas cobrados foram tradicionais.
Confira abaixo o que outros professores que participaram da prova disseram sobre suas disciplinas:
Matemática
Para o professor Mário Fernandes, da Oficina do Estudante, a prova de matemática não teve nenhuma questão que merecesse destaque. Segundo ele, estava bem equilibrada no nível de dificuldade, “exigindo do candidato domínio nos conceitos fundamentais da matemática, além da leitura atenta e a interpretação cuidadosa dos textos e dados nele fornecidos”.
Thiago Galrão, professor de matemática da Plataforma AZ de Aprendizagem, concorda com o equilíbrio da prova. “No geral, os cálculos eram normais e não davam muito trabalho. Com relação às fórmulas, houve uma exigência muito básica de fórmulas para responder as questões”.
Com relação aos conteúdos, a prova não trouxe nenhuma novidade, diz Galrão. No entanto, ele sentiu falta de alguns temas, como trigonometria e poliedros de Platão.
Química
A prova de química foi difícil, com muito conteúdo, analisaram os professores. Francisco Neto, professor de Química da Descomplica, explica que não era possível resolver as questões apenas com o texto base e o raciocínio em cima dele.
Neto também disse que “a prova trouxe alguns temas recorrentes, como o tratamento de água, métodos de proteção dentro de eletroquímica, radioatividade envolvendo meia vida, além de uma questão de química ambiental envolvendo chuva ácida com o ciclo do nitrogênio. A surpresa foi que ‘faltou’ isomeria, que é um assunto que foi muito presente nos últimos anos”.
Para Marcos César Formis, da Oficina do Estudante, a prova não teve questões polêmicas. “Foi uma prova tradicional, equilibrada. Os temas cobrados foram explorados em sala, todos dentro do conteúdo”, diz.
Física
Para os professores ouvidos pelo g1, a prova de física foi bem elaborada e apresentou um nível médio para difícil, exigindo dos candidatos bastante atenção e conhecimento da disciplina.
“A distribuição das questões privilegiou a mecânica e a eletricidade, que juntas compuseram dois terços da prova. Causou estranhamento a ausência de questões sobre ondulatória (tema tradicionalmente muito abordado no Enem) e merecem destaque duas questões que envolvem assuntos relacionados à Física moderna: fótons e buracos negros”, diz Rodrigo Araújo, da Oficina do Estudante.
Léo Gomes, professor de Física da Descomplica, destaca a questão sobre luz engarrafada. “Um dos destaques da prova foi a questão da luz engarrafada, que foi uma descoberta de um mineiro de Uberlândia e que está tomando conta do mundo pela economia de luz”.
Anderson Fernandes, professor de Física das Escolas SEB, considera a prova de Física desde ano a melhor dos últimos anos. “Abrangente e rápida, sem textos longos”. No entanto, ele ressalta que, assim como no ano passado, o exame não abordou o conteúdo de hidrostática.
Biologia
Na visão do diretor pedagógico da Oficina do Estudante, Anderson Rodrigues, a prova foi “bem conteudista”. “Abordou vários assuntos, como doping, doença de Chagas, algumas doenças genéticas, além de doenças como dengue, leishmaniose, filariose, questões de hormônio, de chuva ácida, de evolução, genética, botânica, citologia”.
Fernando Roma, professor de Biologia das Escolas SEB, concorda que o Enem focou mais no conteúdo do que na interpretação. Ele também sentiu falta de questões de ecologia, que sempre foram recorrentes na prova.
O assunto “mosaicismo'”, cobrado em uma questão relacionada à genética, também foi novidade nesta edição, de acordo com o professor. “Não me lembro de ter aparecido em nenhuma outra prova anterior do Enem”.

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