'Trabalharemos juntas' para ampliar diversidade, diz Anielle Franco em posse de Tebet no Planejamento

Na quarta, Simone Tebet disse ter ‘dificuldade’ em encontrar mulheres pretas para compor a pasta de Planejamento e Orçamento. Declaração repercutiu negativamente. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou nesta quinta-feira (5) que trabalhará em conjunto com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, para ampliar a diversidade na composição dos ministérios.
A declaração foi dada na cerimônia em que Tebet assumiu o posto, um dia após a senadora ter dito que era “difícil” levar mulheres pretas para a Esplanada dos Ministérios, já que muitas são “arrimo de família” (veja detalhes abaixo).
“Desejo muita sorte à ministra Simone Tebet, e tenho certeza que a gente fará um trabalho de referência juntas. Pensando na inclusão de mulheres, negros, negras, pobres no orçamento público”, disse Anielle.
“Subo aqui também para dizer que já me coloquei à disposição da ministra, e trabalharemos juntas em estratégias que ampliem diversidade na composição dos ministérios. E que seguiremos trabalhando para evidenciar os talentos que o Brasil do futuro produz todos os dias. Eles precisam, elas precisam estar do nosso lado”, continuou.
Anielle Franco disse ainda que as mulheres negras sempre estiveram “na linha de frente da construção deste país”, e que não será diferente no serviço público. Como exemplo, citou:
Luiza Bairros, ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil no primeiro governo Dilma Rousseff;
Lélia Gonzalez, co-fundadora do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Rio de Janeiro (IPCN-RJ), do Movimento Negro Unificado (MNU) e do Olodum;
Benedita da Silva, ex-ministra e deputada federal;
Marielle Franco, vereadora da cidade do Rio assassinada a tiros em 2019 – e irmã de Anielle Franco.
A ministra de Igualdade Racial citou ainda a filósofa e ativista norte-americana Angela Davis.
“[Angela Davis] ensina que quando uma mulher negra se levanta e se alavanca, a gente também move todas as estruturas. E por estarmos na base da pirâmide, é com mulheres negras também à frente que a gente vai conseguir revolucionar este país”, finalizou.

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