SpaceX, de Elon Musk, está construindo rede de satélites espiões para agência de inteligência dos EUA, diz agência


Fontes ouvidas pela Reuters dizem que os equipamentos podem monitorar alvos no solo e enviar esses dados para a inteligência e as autoridades militares dos EUA. Starship na base áerea da SpaceX, no Texas, antes de terceiro lançamento, em foto de 13 de março de 2024
Reuters/Joe Skipper
A SpaceX, empresa aeroespacial do bilionário Elon Musk, está construindo uma rede de centenas de satélites espiões sob um contrato secreto com uma agência de inteligência dos EUA, revelaram fontes familiarizadas com o programa à agência Reuters.
A rede está sendo construída pela unidade de negócios Starshield da SpaceX por um contrato de US$ 1,8 bilhão assinado em 2021 com o National Reconnaissance Office (NRO), uma agência de inteligência que gerencia satélites espiões, explicaram as fontes.
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Os planos mostram a extensão do envolvimento da SpaceX nos projetos militares e de inteligência dos EUA e ilustram um investimento mais profundo do Pentágono em vários sistemas de satélites em órbita baixa da Terra destinados a apoiar as forças terrestres.
Se for bem-sucedido, o programa aumentaria significativamente a capacidade do governo e das forças armadas dos EUA de identificar rapidamente alvos potenciais em praticamente qualquer lugar do mundo.
Os satélites podem rastrear alvos no solo e compartilhar esses dados com a inteligência e as autoridades militares dos EUA. Em princípio, isso permitiria que o governo capturasse rapidamente imagens contínuas de atividades no solo em praticamente qualquer lugar, auxiliando as operações militares e de inteligência.
Cerca de uma dúzia de protótipos foram lançados desde 2020, entre outros satélites nos foguetes Falcon 9 da SpaceX, disseram três das fontes.
O contrato sinaliza a crescente confiança por parte da inteligência do governo dos EUA em uma empresa cujo proprietário entrou em conflito com o governo Biden e gerou polêmica sobre o uso da conectividade por satélite Starlink na guerra da Ucrânia, disseram as fontes.
A Reuters não conseguiu determinar quando a nova rede de satélites entrará em operação e não conseguiu estabelecer quais outras empresas fazem parte do programa com seus próprios contratos.
A SpaceX, maior operadora de satélites do mundo, não respondeu a vários pedidos de comentários sobre o contrato, seu papel nele e detalhes sobre lançamentos de satélites. O Pentágono encaminhou um pedido de comentário à NRO e à SpaceX.
Em uma declaração, o NRO reconheceu sua missão de desenvolver um sofisticado sistema de satélites e suas parcerias com outras agências governamentais, empresas, instituições de pesquisa e nações, mas se recusou a comentar as descobertas da Reuters sobre o envolvimento da SpaceX no esforço.
“O National Reconnaissance Office está desenvolvendo o sistema de inteligência, vigilância e reconhecimento baseado no espaço mais capaz, diversificado e resiliente que o mundo já viu”, disse um porta-voz.
Todas as fontes pediram para permanecer anônimas porque não estavam autorizadas a discutir o programa do governo dos EUA.
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