Sob Lula, delegado que investigou facada em Bolsonaro deve ter espaço na cúpula da PF


Rodrigo Morais conclui, em dois inquéritos, que Adélio Bispo – autor do atentado – agiu sozinho, contrariando a teoria do presidente da República de que o crime foi encomendado. Delegado Rodrigo Morais, em foto sem data, em Minas Gerais.
Fernando Zuba/ TV Globo
O delegado Rodrigo Morais, que investigou a facada sofrida por Jair Bolsonaro (PL, então PSL) na campanha de 2018, deve ocupar um cargo na cúpula da Polícia Federal no futuro governo Lula (PT).
Apesar da pressão de Bolsonaro, os dois inquéritos abertos por Morais sobre atentado não comprovaram a teoria do presidente de que o crime ocorreu por encomenda. Ambas as investigações concluíram que o autor da facada, Adélio Bispo, agiu sozinho.
O delegado chegou a ser cotado para um cargo na inteligência da PF durante o atual governo, mas a nomeação não saiu. Fontes da PF classificam a decisão a um veto de Bolsonaro por ter ficado contrariado com as conclusões na investigação do caso da facada, que consideram ter sido feito de forma técnica.
Morais é próximo do também delegado Andrei Passos Rodrigues, que chefiou a segurança de Lula durante a campanha e vai ser o diretor-geral da PF – o nome foi sugerido pelo futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, e Lula concordou.
Integrantes da PF ouvidos pelo blog apostam que Morais deve ter um papel relevante na estrutura, podendo até comandar a Diretoria de Inteligência Policial do órgão.
Em 2021, o policial foi enviado para os Estados Unidos para atuar por dois anos como oficial de ligação da PF junto a uma força-tarefa no escritório do Homeland Security Investigations, braço investigativo do Departamento de Segurança Interna do governo norte-americano.
Morais, no entanto, já está colaborando na transição no Ministério da Justiça.

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