A crescente onda de ataques cibernéticos tem se tornado uma preocupação constante para empresas de todos os portes. No entanto, um dado alarmante revelado recentemente pela Bitdefender aponta para um problema ainda mais grave: a pressão para ocultar incidentes de segurança. Segundo a pesquisa, 70% dos CISOs (Chief Information Security Officers) no Reino Unido enfrentaram essa pressão. A questão é que essa prática, além de antiética, pode acarretar sérias consequências legais e financeiras, além de minar a confiança dos clientes e parceiros.
O custo do silêncio
A Skillcast, especialista em treinamento de compliance, adverte que esconder ataques cibernéticos pode resultar em penalidades regulatórias significativas. Em um cenário onde 612 mil empresas e 61 mil instituições de caridade no Reino Unido relataram ter sofrido algum tipo de ataque cibernético no último ano, o risco de ser pego é cada vez maior. E o preço a pagar pode ser alto: o custo médio do ataque mais disruptivo chega a £3.550 para empresas e £8.690 para instituições de caridade.
Por que o silêncio é tão tentador?
Existem diversas razões que podem levar uma empresa a optar por esconder um ataque cibernético. O medo de perder a reputação, a preocupação com a queda no valor das ações e a possível perda de clientes são alguns dos fatores que pesam na decisão. Além disso, muitas empresas temem a complexidade e os custos associados à investigação e remediação de um ataque. No entanto, essa escolha pode ser um tiro no pé.
Transparência como escudo
Vivek Dodd, CEO da Skillcast, destaca que a transparência é fundamental para construir e manter a confiança dos stakeholders. Ao invés de tentar esconder um ataque, as empresas devem adotar uma postura proativa e transparente, comunicando o incidente de forma clara e honesta. Isso demonstra responsabilidade e compromisso com a segurança dos dados dos clientes.
O papel da regulamentação
A regulamentação também desempenha um papel importante na prevenção e combate aos ataques cibernéticos. Leis como o GDPR (General Data Protection Regulation) estabelecem regras claras sobre a proteção de dados pessoais e exigem que as empresas notifiquem as autoridades competentes em caso de violação de dados. O não cumprimento dessas leis pode resultar em multas pesadas.
Construindo uma cultura de segurança
A prevenção é sempre o melhor remédio. As empresas devem investir em medidas de segurança robustas, como firewalls, antivírus, sistemas de detecção de intrusão e treinamento de conscientização para os funcionários. Além disso, é fundamental criar uma cultura de segurança, onde todos os colaboradores se sintam responsáveis pela proteção dos dados da empresa.
Conclusão
Em um mundo cada vez mais digital e conectado, os ataques cibernéticos se tornaram uma ameaça constante. A pressão para esconder esses incidentes é grande, mas os riscos associados a essa prática são ainda maiores. A transparência, a conformidade com a regulamentação e o investimento em medidas de segurança são os pilares para construir uma defesa sólida contra os ataques cibernéticos e garantir a confiança dos clientes e parceiros. O silêncio pode parecer a solução mais fácil no curto prazo, mas no longo prazo ele pode custar caro, tanto para a reputação quanto para o bolso das empresas. A verdade, mesmo que amarga, é sempre o melhor caminho.
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