A energia da usina nuclear da Ucrânia em Zaporizhzhia foi cortada na quarta-feira pela segunda vez em cinco dias, disse o chefe do órgão de vigilância nuclear das Nações Unidas, uma situação que deixa a usina dependendo de geradores a diesel para o combustível necessário para resfriar seu reatores.
Forças russas bombardearam uma subestação de eletricidade no centro da Ucrânia na quarta-feira, interrompendo a energia da usina, disse a empresa estatal de energia. Foi o mais recente de uma série de ataques russos à infraestrutura energética crítica do país nos últimos dias.
Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da agência nuclear das Nações Unidas, a Agência Internacional de Energia Atômica, disse em comunicado no Twitter que foi “um desenvolvimento profundamente preocupante” que sublinhou a necessidade urgente de uma zona de segurança e proteção em torno da fábrica, que é a maior da Europa.
Em ocasiões anteriores, o fogo de artilharia danificou as linhas de energia que trazem eletricidade para a usina. Mas na quarta-feira, um disparo de foguete em uma subestação na região de Dnipropetrovsk, mais ao norte, cortou a linha de energia para a instalação nuclear, segundo a Energoatom, empresa estatal de energia nuclear da Ucrânia. A subestação fica a mais de 100 milhas da instalação nuclear.
A empresa disse que tentou enviar combustível para Zaporizhzhia para reabastecer seus estoques, mas que às 10h, horário local, as forças russas impediram a passagem de seus veículos. Não é incomum que os veículos se atrasem ao cruzar uma linha de frente.
Embora os geradores de reserva da usina nuclear liguem automaticamente, a Energoatom disse que cortar o fornecimento de eletricidade, que é necessário para resfriar os reatores, corre o risco de causar um acidente nuclear.
O fogo de artilharia em Zaporizhzhia na semana passada causou um corte de energia de dois dias que terminou no domingo, quando as linhas foram reparadas.
Na terça-feira, Grossi se encontrou com o presidente Vladimir V. Putin da Rússia em Moscou como parte dos esforços para evitar um acidente nuclear na usina, tendo também se encontrado com o presidente Volodymyr Zelensky da Ucrânia na semana passada.
As forças russas têm controlava a planta desde março, embora ainda seja operado por trabalhadores e engenheiros ucranianos. Na semana passada, Moscou disse que a usina seria trazida para o sistema de energia russo. Tal movimento foi denunciado pelas autoridades ucranianas e pela AIEA
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