Kherson é uma das quatro regiões anexadas ilegalmente pela Rússia pouco mais de 1 mês atrás. Presidente da Rússia Vladimir Putin em Moscou
Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via REUTERS
O ministro da Defesa russo ordenou a retirada de suas tropas da cidade ucraniana de Kherson nesta quarta-feira (9), diante de uma vasta contraofensiva ucraniana.
“Continuem retirando os soldados”, disse na televisão o ministro Sergei Shoigu ao general Sergei Surovikin, comandante das operações russas na Ucrânia, admitindo que a decisão de se retirar para a margem direita do rio Dnieper “não foi nada fácil”.
O anúncio marca um dos recuos mais significativos da Rússia e um potencial ponto de virada no que Moscou chama de “operação militar especial”, agora chegando ao final de seu nono mês.
Praça Vermelha em Moscou com uma faixa na qual se lê ‘Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia, Kherson – Russia!’
Evgenia Novozhenina/Reuters
A notícia seguiu semanas de avanços ucranianos em direção à cidade e uma corrida da Rússia para realocar mais de 100.000 de seus moradores, transportando-os para o lado oposto do rio.
Kherson é a principal cidade da região de mesmo nome – uma das quatro regiões ucranianas que o presidente Vladimir Putin proclamou em setembro estar incorporando à Rússia “para sempre”, e que o Kremlin disse que agora responde a Moscou.
A Ucrânia reagiu com cautela ao anúncio. O assessor presidencial Mykhailo Podolyak disse que algumas forças russas ainda estão em Kherson.
“Até que a bandeira ucraniana esteja tremulando sobre Kherson, não faz sentido falar sobre uma retirada russa”, afirmou Mykhailo Podolyak, assessor sênior do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, em comunicado à Reuters.
A cidade de Kherson foi a única capital regional que a Rússia capturou desde a invasão em fevereiro e seu abandono seria um grande revés para o que Moscou chama de “operação militar especial” na Ucrânia.
Em comentários televisionados, o general Surovikin disse que não era mais possível abastecer a cidade de Kherson. Ele afirmou que propôs assumir linhas defensivas na margem leste do rio.
Shoigu respondeu a Surovikin: “Concordo com suas conclusões e propostas. Prossiga com a retirada das tropas e tome todas as medidas para transferir forças através do rio”.
A notícia ocorre após semanas de avanços ucranianos em direção à cidade e uma corrida da Rússia para realocar dezenas de milhares de seus moradores.
“Vamos salvar a vida de nossos soldados e a capacidade de combate de nossas unidades. Mantê-los na margem direita (oeste) é inútil. Alguns deles podem ser usados em outras frentes”, disse Surovikin.
Nas últimas semanas, houve especulações de que Moscou poderia retirar suas forças da margem oeste do Dnipro ou entrar em uma batalha sangrenta nos próximos dias ou semanas.
Mais cedo nesta quarta-feira, a ponte principal de uma estrada perto da cidade de Kherson foi explodida.
Vitaly Kim, governador ucraniano da região de Mykolaiv, que faz fronteira com Kherson, sugeriu que as forças ucranianas expulsaram alguns russos: “As tropas russas estão reclamando que já foram expulsas de lá”, disse Kim em comunicado em seu canal Telegram.
O anúncio da retirada foi antecipado por influentes blogueiros de guerra da Rússia, que a descreveram como um duro golpe.
“Aparentemente vamos deixar a cidade, por mais doloroso que seja escrever sobre isso agora”, disse o blog War Gonzo, que tem mais de 1,3 milhão de inscritos no Telegram.
“Sim, esta é uma página negra na história do Exército russo. Do Estado russo. Uma página trágica.”
Mapa mostra a região de Kherson, no sul da Ucrânia
g1
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