Rússia envia navio de guerra com mísseis hipersônicos ao Oceano Atlântico


Manobra foi vista como recado ao Ocidente de que Moscou não recuará na Ucrânia. Fragata está armada com mísseis Zircon, capazes de desviar de sistemas antimísseis modernos. Rússia envia fragata com mísseis hipersônicos ao Atlântico.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, enviou nesta quarta-feira (4) ao Oceano Atlântico um navio de guerra com mísseis de cruzeiro hipersônicos de nova geração, capazes de desviar de sistemas antimísseis modernos.
A manobra foi vista como um sinal de Moscou ao Ocidente de que as tropas russas não recuarão na guerra contra a Ucrânia.
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Rússia, China e Estados Unidos estão em uma corrida para desenvolver armas hipersônicas, vistas como uma forma de ganhar vantagem sobre qualquer adversário por causa da velocidade – acima de cinco vezes a velocidade do som – e manobrabilidade.
Putin disse que o navio estava armado com armas hipersônicas Zircon, que têm capacidade de contornar “de forma confiável” todos os sistemas modernos de defesa aérea avançada ou sistemas de defesa antimísseis, segundo o ministro da Defesa do país, Sergei Shoigu.
“Desta vez, o navio está equipado com o mais recente sistema de mísseis hipersônicos – ‘o Zircon’. Tenho certeza de que essas armas poderosas protegerão a Rússia de forma confiável de possíveis ameaças externas”, disse Putin.
O presidente russo, Vladimir Putin, em videoconferência com o ministro da Defesa, Sergei Shoygu, e o capitão de uma fragata russa com mísseis hipersônicos
Mikhail Klimentyev/ Sputnik/ Kremlin Pool Photo via AP
O presidente russo participou de videoconferência com Shoigu, e Igor Krokhmal, o comandante da fragata, chamada “Almirante da Frota da União Soviética Gorshkov”.
As armas, disse Putin, “não têm análogos em nenhum país do mundo”.
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Guerra na Ucrânia
Mais de dez meses após Putin enviar tropas para a Ucrânia, não há fim à vista para a guerra que se transformou em uma intensa batalha de artilharia de inverno que matou e feriu dezenas de milhares de soldados de ambos os lados.
A Rússia também usou mísseis hipersônicos Kinzhal (Dagger) na Ucrânia.
Junto com o veículo de deslizamento hipersônico Avangard, que entrou em combate em 2019, o Zircon forma a peça central do arsenal hipersônico da Rússia.
A Rússia vê as armas como uma maneira de perfurar as defesas antimísseis cada vez mais sofisticadas dos EUA, que Putin alertou que um dia poderá abater mísseis nucleares russos.
Fragata lança míssil de cruzeiro hipersônico Zircon durante exercício militar russo no Mar de Barent, perto da Noruega, em maio de 2022.
Ministério da Defesa da Rússia via AP
Viagem Atlântica
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse que o Gorshkov navegaria para os oceanos Atlântico e Índico e para o Mar Mediterrâneo.
“Este navio, armado com ‘zircões’, é capaz de desferir ataques precisos e poderosos contra o inimigo no mar e em terra”.
Shoigu afirmou também que os mísseis hipersônicos podem superar qualquer sistema de defesa antimísseis. Os mísseis voam a nove vezes a velocidade do som e têm um alcance de mais de 1.000 km, disse.
Um relatório do Serviço de Pesquisa do Congresso dos EUA sobre armas hipersônicas diz que os mísseis hipersônicos russos e chineses são projetados para serem usados ​​com ogivas nucleares.
O alvo de uma arma hipersônica é muito mais difícil de calcular do que para mísseis balísticos intercontinentais por causa de sua manobrabilidade.
Além da Rússia, Estados Unidos e China, vários outros países estão desenvolvendo armas hipersônicas, incluindo Austrália, França, Alemanha, Coreia do Sul, Coreia do Norte e Japão, de acordo com o Serviço de Pesquisa do Congresso dos EUA.

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