Ex-presidente intercede por eleição de Kevin McCarthy à presidência da Câmara e perde controle sobre ala radical do partido. O ex-presidente dos EUA Donald Trump durante apuração dos votos da eleição de meio de mandato nos EUA, em 9 de novembro de 2022.
Andrew Harnik/ AP
Inconformado com a derrota nas urnas, há dois anos Donald Trump incitou seus seguidores a reagirem contra a vitória de Biden, e eles invadiram o Capitólio. Esta semana, o ex-presidente americano instou os 20 congressistas rebeldes republicanos a destravarem o impasse na Câmara e votarem em Kevin McCarthy para presidente da Casa, e eles não obedeceram. Algo mudou no reino de Trump.
O desgaste de 11 rodadas de votação é provocado pela ala radical dos republicanos, que sempre se ajoelhou diante do ex-presidente, mas agora o desafia abertamente. O apelo de Trump pela união do partido, publicado na rede TruthSocial, era direcionado especificamente aos seus correligionários – os que querem empurrar a legenda para a extrema direita e são chamados de talibãs legislativos.
Uma das radicais, a deputada Lauren Boebert, do Colorado, aproveitou para estocar Trump, a quem costumava jurar lealdade: em vez de ligar aos congressistas para pedir apoio ao candidato, o ex-presidente deveria dizer a McCarthy para retirar-se da disputa, atestou ela no plenário.
A caótica eleição do presidente da Câmara, que agora tem maioria republicana, expôs também o enfraquecimento de Trump e a perda de influência sobre o partido, tornando ainda mais incerto o caminho para obter a indicação republicana à Casa Branca, em 2024.
Ultimamente, a coleção de reveses do ex-presidente só aumenta. Nas eleições de meio de mandato, tornou-se o grande derrotado, ao se engajar pessoalmente em campanhas de candidatos que não se elegeram. A maioria negava, como ele, o resultado das eleições de 2020. Enquanto isso, seu principal adversário no partido, o governador Ron DeSantis, reelegeu-se com facilidade na Flórida e se fortaleceu.
No apagar das luzes da legislatura democrata, a Câmara dos Representantes liberou as declarações de imposto de renda do ex-presidente entre 2015 e 2020, que ele sempre se recusou a revelar. De acordo com o Comitê de Tributação, Trump alegou prejuízos financeiros durante a sua presidência para reduzir a sua carga tributária. E em 2020, último ano de mandato, não pagou imposto de renda. Além disso, a Trump Organization foi condenada por fraude fiscal, entre a série de processos judiciais que envolvem suas empresas.
Outro golpe para o ex-presidente diz respeito às conclusões do comitê da Câmara dos EUA sobre a sua participação na invasão do Capitólio, que nesta sexta-feira completa dois anos. O grupo formado por sete democratas e dois republicanos recomendou aos promotores federais que Trump seja acusado por obstrução das investigações no Congresso, insurreição e conspiração para fraudar o governo. Caberá ao Departamento de Justiça abrir os processos.
Os tropeços do ex-presidente vêm abalando os alicerces de seu controle sobre os republicanos. “Há uma grande diferença entre ser popular e poderoso. Trump não é mais poderoso e esses aliados do Partido Republicano já não o temem. Eles gostam de Trump, mas querem o couro cabeludo de Kevin McCarthy”, analisou o comentarista John King, da CNN.
Ao decidir ignorar Trump e bloquear a escolha do presidente da Câmara, a chamada “gangue dos 20 republicanos” expôs também outra realidade – a de que seu rei está só.
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