O presidente Vladimir Putin inspecionou os reparos em uma ponte que liga o país à península da Crimeia na segunda-feira, dois meses depois que uma explosão a destruiu parcialmente em um golpe embaraçoso para o líder russo e o esforço de guerra de Moscou na Ucrânia.
O ataque de outubro à ponte do estreito de Kerch, um projeto de estimação de Putin que se tornou uma importante rota de abastecimento para as forças de Moscou no sul da Ucrânia, foi um momento crítico da guerra. O Kremlin acusou a Ucrânia de orquestrar a explosão, o que destacou a incapacidade da Rússia de proteger um ativo estratégico importante e levou Moscou a desencadear uma onda de ataques aéreos na Ucrânia.
Um vídeo publicado pelo Kremlin mostrou Putin dirigindo um Mercedes pela ponte. Acompanhado pelo vice-primeiro-ministro Marat Khusnullin, responsável pelo reparo, Putin perguntou sobre o andamento do trabalho e disse esperar que a estrada e a ponte ferroviária estejam totalmente restauradas até o meio das férias de verão.
Apontando para a seção ferroviária ainda carbonizada da ponte, ele disse que “foi uma grande explosão”.
Quando a ponte foi inaugurada em 2018, era um símbolo poderoso da conexão que o Kremlin estava tentando forjar entre a Rússia e a Crimeia, uma região ucraniana anexada ilegalmente por Moscou quatro anos antes. Putin assumiu o crédito pessoal por sua construção, dirigindo um caminhão ao longo de seus 12 quilômetros à frente de um comboio.
Na segunda-feira, ele também assumiu o crédito pela construção de dois trilhos ferroviários e duas faixas de tráfego em cada sentido, já que a redundância permitiu que o tráfego fosse parcialmente restaurado logo após a explosão em outubro.
Embora o governo da Ucrânia não tenha reivindicado a responsabilidade pela explosão, que derrubou parte da ponte caindo no mar em 8 de outubro, um alto funcionário ucraniano, que falou sob condição de anonimato devido à proibição do governo de discutir a explosão, confirmou que Os serviços de inteligência da Ucrânia estavam por trás disso.
O ataque Kerch ocorreu durante um período de contratempos para as forças russas na Ucrânia, incluindo a perda de território que havia capturado no nordeste do país. Dois dias após o ataque à ponte, a Rússia intensificou a estratégia de atacar a infraestrutura de energia da Ucrânia com ondas de mísseis lançados contra usinas de energia e outras instalações.
