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Protestos no Irã são alimentados em parte pela raiva curda

No Iraque, o ex-presidente da região do Curdistão, Massoud Barzani, ligou para a família de Amini na semana passada para expressar suas condolências, dizendo esperar que a justiça seja feita. A região, auxiliada pela ajuda de uma zona de exclusão aérea liderada pelos EUA, rompeu com o controle do governo iraquiano após 1991, estabelecendo a região semiautônoma, que é reconhecida pelas Nações Unidas e pelos Estados Unidos.

No sábado, o Irã lançou um ataque transfronteiriço naquela região. A Guarda Revolucionária disse que tinha como alvo “grupos terroristas e anti-revolucionários”, referindo-se às forças de oposição curdas iranianas baseadas lá.

Analistas disseram que, apesar da declaração incomumente franca de Barzani sobre o Irã, é improvável que a região do Curdistão entre na briga em apoio aos curdos iranianos.

No Irã, no domingo, enquanto os protestos continuavam, os sindicatos estudantis de duas universidades divulgaram um comunicado dizendo que os agentes de segurança do campus sequestraram pelo menos 20 estudantes sob a mira de armas. Um comitê nacional do sindicato dos professores convocou professores e alunos a fazerem greve na segunda e quarta-feira em protesto.

Mas alguns manifestantes estavam pagando um preço alto.

Vídeos postados nas redes sociais mostraram a polícia arrastando uma mulher pelos cabelos, batendo a cabeça de outro no meio-fio da rua, empurrando um homem para o porta-malas de um carro da polícia e disparando balas contra a multidão.

Os manifestantes pareciam estar recebendo cada vez mais apoio.

Figuras públicas no Irã – incluindo atletas, escritores e músicos – emitiram declarações de solidariedade. Um capitão da equipe nacional de esgrima, Mojtaba Abedini, renunciou em apoio aos manifestantes. Até um autor próximo ao governo, Mostafa Mostour, criticou a violência usada para reprimir o levante.

“Nossas mulheres estão apenas pedindo para viver uma vida normal e comum”, disse ele.

Jane Arraf relatados de Erbil, Iraque e Farnaz Fassihi de nova York. Sangar Khaleel contribuiu com relatórios de Erbil.

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