Os promotores de Baltimore, nos Estados Unidos, desistiram nesta terça-feira (11) de seu caso contra Adnan Syed, homem considerado culpado pelo assassinato de sua ex-namorada Hae Min Lee em 1999, em um crime que chamou a atenção depois que o podcast “Serial” levantou dúvidas sobre a culpa dele.
Syed, que tem 42 anos, estava preso desde 2000 quando foi condenado a prisão perpétua pelo assassinato. No mês passado, a juíza Melissa Phinn, do Tribunal de Baltimore, anulou a condenação após identificar problemas na investigação. Ela ordenou que Syed fosse libertado e colocado em prisão domiciliar até que os promotores decidissem se o julgariam novamente.
O Escritório do Procurador do Estado de Baltimore disse nesta terça-feira, em um e-mail, que havia retirado o caso contra Syed.
Lee foi estrangulada e enterrada em um parque de Baltimore quando tinha 18 anos. Syed afirmou que era inocente e que não a havia matado. O podcast “Serial”, produzido pela rádio pública de Chicago WBEZ, chamou a atenção para o caso em 2014.
Os promotores apresentaram uma moção em 15 de setembro para anular a condenação depois de conduzir uma investigação que durou um ano, ao lado de um defensor público representando Syed. Vários problemas foram encontrados com testemunhas e evidências do julgamento.
Os promotores disseram ter descoberto novas informações sobre dois suspeitos alternativos, ambos têm um histórico de crimes violentos contra mulheres, incluindo um que havia ameaçado matar Lee. Suas identidades eram conhecidas pelos promotores originais, mas não foram divulgadas à defesa conforme exigido por lei.
Quatro dias depois, os promotores disseram à juíza Phinn, do Tribunal de Baltimore, que eles não tinham mais confiança na “integridade da condenação”, e que a justiça exigia que Syed pelo menos fosse julgado novamente.
Phinn então ordenou que Syed fosse libertado da prisão, onde cumpria prisão perpétua, e o colocou em prisão domiciliar, até que os promotores decidissem sobre um novo julgamento.
A defesa de Syed foi procurada pela agência de notícias Reuters para comentar os próximos passos, agora que a promotoria desistiu do caso, mas não obteve resposta até a última atualização dessa reportagem.