O Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) atingiu a marca de um milhão de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica plantadas na região do Pontal do Paranapanema, no extremo oeste do Estado de São Paulo, somente no primeiro semestre de 2022, através do projeto de restauração florestal denominado Corredores de Vida.
Ao todo, o IPÊ já plantou 5,5 milhões de árvores nativas da Mata Atlântica no Pontal do Paranapanema em mais de duas décadas de atuação. Entre essas árvores, 2,4 milhões formam o maior corredor florestal já restaurado na Mata Atlântica, que conecta as Unidades de Conservação do Parque Estadual do Morro do Diabo e da Estação Ecológica Mico-Leão-Preto.
O coordenador do projeto Corredores de Vida, Laury Cullen, destacou a abrangência dos benefícios gerados pela restauração florestal.
“O trabalho de restauração florestal que o IPÊ realiza em conjunto com parceiros vai de encontro ao tripé CCB – Clima, Comunidade e Biodiversidade. Enfatizo que, na esfera Clima, as florestas neutralizam carbono, o que contribui para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Em relação à Comunidade, é notável a geração de emprego nas comunidades locais com aumento da renda. Quanto à Biodiversidade, restauração florestal e gestão de paisagem contribuem com a conservação da flora e da fauna, e assim com toda a biodiversidade”, afirmou.
O mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus), animal ameaçado de extinção e foco de projeto do IPÊ, também está entre as espécies beneficiadas pelas ações de restauração.
A educadora ambiental do IPÊ, Maria das Graças de Souza, lembrou o início das atividades da entidade na região e a importância das parcerias.
“Começamos plantando pequenas quantidades e estamos aqui comemorando o plantio de um milhão de mudas nativas em um semestre. Agradeço às pessoas dos setores públicos e privados que acreditaram no nosso trabalho”, salientou.
“O trabalho do IPÊ é de grande relevância para a região e os resultados com a restauração florestal são visíveis”, pontuou o gestor do Parque Estadual do Morro do Diabo, Eriqui Inazaki.
A proprietária de um viveiro de mudas, Maria Regina dos Santos, avaliou os resultados atingidos com o próprio negócio.
“Montei meu viveiro em 2021, comecei produzindo 80 mil mudas/ano e atualmente já são 500 mil mudas/ano. Meu crescimento está relacionado a essas grandes áreas de plantio do IPÊ”, contabilizou.
A sócia de uma empresa de consultoria ambiental que realiza ações de restauração para o IPÊ, Marta Aparecida da Silva, ressaltou como é fazer parte dessa história.
“É gratificante saber que eu e minha empresa fazemos parte desse grande plantio”, comemorou.
O sócio de uma outra empresa que presta serviços de restauração ecológica, Edmilson Bispo, também seguiu nessa direção.
“O IPÊ plantou uma sementinha na minha vida quando tive a oportunidade de trabalhar no viveiro de mudas nativas na comunidade de Ribeirão Bonito, em Teodoro Sampaio [SP]”, comentou.
Bispo salientou que, anos depois, está agora plantando florestas.
Para celebrar a marca de um milhão de árvores na região do Pontal do Paranapanema somente no primeiro semestre de 2022, os participantes do projeto plantaram na Fazenda Estrela, em Teodoro Sampaio, novas mudas de espécies nativas da Mata Atlântica, como pau-d’alho (Gallesia intergrifolia), sangra-d’água (Croton urucurana) e mutambo (Guazuma ulmifolia).
Participantes do projeto Corredores de Vida celebram 1 milhão de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica plantadas no Pontal do Paranapanema no 1º semestre de 2022 — Foto: JR Pireni
A iniciativa dos Corredores de Vida, do IPÊ, já plantou 5,5 milhões de árvores no Pontal do Paranapanema. O projeto acontece há mais de 25 anos e envolve uma série de parceiros nacionais e internacionais.
Em 2021, o IPÊ expandiu seus esforços em parceria com a Biofílica Ambipar Environment com o Projeto AR Corredores de Vida (Carbono), que visa à geração de créditos de carbono a partir da restauração florestal da Mata Atlântica na região no Pontal do Paranapanema.
A expectativa é de atrair empresas interessadas na geração dos créditos de carbono.
Ao todo, entre restauração, por meio do plantio de mudas, enriquecimento ou condução da regeneração, o projeto vai contribuir com a conversão de 75 mil hectares de áreas de passivos ambientais de propriedades privadas em áreas restauradas com cerca de 150 milhões de novas mudas de árvores.