Presidente do Novo critica declaração de voto de Amoêdo em Lula no 2º turno: ‘Vergonhosa, constrangedora e incoerente’ | Eleições 2022

O presidente do partido Novo, Eduardo Ribeiro, criticou a decisão de seu antecessor e ex-presidente da sigla, João Amoêdo, de declarar voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições de 2022.

“Vergonhosa, constrangedora e incoerente a declaração de voto de João Amoêdo em Lula. O PT e o Lula representam tudo o que o nosso partido sempre combateu. Essa é a prova final de que o Novo nunca mudou, quem mudou foi o João”, escreveu Ribeiro.

O partido Novo e o candidato à Presidência da sigla nestas eleições, o empresário Luiz Felipe D’Avila também reagiram ao apoio de Amoêdo a Lula.

“É absolutamente incoerente e lamentável a declaração de voto de João Amoêdo em Lula, que sempre apoiou e financiou ditadores e protagonizou os maiores escândalos de corrupção da história. Seu posicionamento não representa o Partido Novo e vai contra tudo o que sempre defendemos”, disse o Novo em nota.

“Apoiar aqueles que aparelharam órgãos de Estado, corromperam nossa democracia e saquearam os cofres públicos é fazer oposição ao povo brasileiro. O Novo sempre foi e sempre será oposição ao lulopetismo e tudo que ele representa”, segue o texto.

Já D’Avila disse que a declaração de voto de Amoêdo “é uma traição aos valores liberais” e ao partido. “Amoêdo: pega o boné e vai embora”, disse.

O Novo não formalizou apoio a Bolsonaro, mas publicou nota depois do primeiro turno, dizendo ser contra o PT e o lulismo, mas liberando seus filiados e eleitores a votar no segundo turno de acordo com a “consciência” e “princípios partidários”.

João Amoêdo declara voto em Lula no 2º turno da eleição

Amoêdo declara voto em Lula

João Amoêdo declarou seu voto em Lula neste sábado (15). “É uma decisão difícil, pois não concordo com nenhum dos dois. A qualquer um que seja eleito, serei oposição desde o primeiro dia, mas meu direito de oposição tem mais chance de ser preservado com Lula do que Bolsonaro”, disse Amoêdo ao g1.

“Bolsonaro tem atentado contra os poderes, cooptou o Legislativo com o orçamento secreto e vem testando essa ideia de aumentar os membros do Supremo para formar maioria. Apesar das discordâncias, serei obrigado a fazer algo que nunca fiz na vida, que é votar no PT”, completou.

Amôedo foi um crítico constante dos governos petistas e disputou as eleições presidenciais de 2018 calcado no discurso do liberalismo econômico. Ele ficou em 5º lugar, com 2,6 milhões de votos no primeiro turno.

O empresário, inclusive, tentou disputar novamente a cadeira do Palácio do Planalto neste ano, mas foi preterido por Luiz Felipe D’Avila. O candidato foi anunciado em convenção nacional do partido, que ficou marcada pela divisão entre os filiados favoráveis e contrários ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

A posição de Amoêdo contrasta com outro expoente do Novo, o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema. Dois dias após o primeiro turno, Zema anunciou o apoio a Bolsonaro após uma reunião com o presidente no Palácio da Alvorada, em Brasília.

Zema disse que herdou uma “tragédia” do governo petista de Fernando Pimentel, e que esse foi um dos motivos que o levou a Brasília para declarar apoio ao candidato do PL.

João Amoêdo: ‘A direita que o Bolsonaro representa é uma direita retrógrada, extremada’

João Amoêdo: ‘A direita que o Bolsonaro representa é uma direita retrógrada, extremada’

Amoêdo é um dos fundadores do partido Novo, que foi fundado em 2011 com apoio de empresários no Rio de Janeiro. O objetivo inicial do partido era participar da política sem vínculos com políticos tradicionais e inserir a agenda liberal nas propostas para a economia. O registro foi aprovado no Tribunal Superior Eleitoral em 2015.

Na primeira eleição que disputou, Amoêdo, se apresentou com um discurso em favor de uma “nova forma de fazer política”. Sem coligação com outro partido, Amoêdo tinha direito a somente 5 segundos por bloco de propaganda no rádio e na TV.

Amoêdo é formado em engenharia e administração de empresas, trabalhou no Citibank, BBA-Creditansalt e na financeira Fináustria. Foi vice-presidente do Unibanco e membro do conselho de administração do Itaú-BBA.

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