Presidente da Coreia do Sul diz que país vai enfrentar Coreia do Norte com retaliação, apesar de armas nucleares

Postura mais dura contra os vizinhos norte-coreanos acontece após cinco drones cruzarem a fronteira na última segunda-feira. O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, disse nesta quarta-feira (28) que qualquer provocação da Coreia do Norte deve ser enfrentada com retaliação sem hesitação, apesar de suas armas nucleares, disse seu gabinete, após uma invasão de drones norte-coreanos.
Cinco drones norte-coreanos cruzaram para a Coreia do Sul na segunda-feira, levando os militares da Coreia do Sul a enviar caças e helicópteros de ataque para tentar derrubá-los, na primeira intrusão desde 2017.
“Devemos punir e retaliar contra qualquer provocação da Coreia do Norte. Esse é o meio mais poderoso para impedir provocações”, disse Yoon em uma reunião com seus assessores, segundo seu secretário de imprensa, Kim Eun-hye.
“Não devemos temer ou hesitar porque a Coreia do Norte tem armas nucleares”, disse ele.
A invasão de segunda-feira gerou críticas na Coreia do Sul sobre suas defesas aéreas. Yoon repreendeu os militares, em particular por não terem derrubado os drones enquanto eles sobrevoavam a Coreia do Sul por horas.
A Coreia do Sul respondeu na segunda-feira enviando drones sobre a Coreia do Norte por três horas.
O ministro da Defesa, Lee Jong-sup, disse ao parlamento na quarta-feira que Yoon ordenou que ele enviasse drones para a Coreia do Norte em resposta a qualquer incursão “mesmo que isso signifique arriscar uma escalada”.
Os militares da Coreia do Sul pediram desculpas por sua resposta e disseram que não poderiam abater os drones porque eram muito pequenos.
As relações entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, aliada dos Estados Unidos, estão tensas há décadas, mas ficaram ainda mais tensas desde que o governo conservador de Yoon assumiu em maio, prometendo uma linha mais dura com o rival do norte.
A Coreia do Norte também tem pressionado o desenvolvimento de suas armas com numerosos testes de mísseis este ano em meio a especulações de que poderia testar uma arma nuclear pela sétima vez.
Plano de defesa militar
Mais cedo na quarta-feira, o Ministério da Defesa da Coreia do Sul anunciou planos de gastar 560 bilhões de won (US$ 441,26 milhões) nos próximos cinco anos para melhorar suas defesas contra drones, incluindo o desenvolvimento de uma arma a laser aerotransportada e um bloqueador de sinal.
A Coreia do Sul também expandirá suas capacidades de drones para três esquadrões.
Coreia do Sul planeja gastar mais de US$ 441 milhões até 2027 contra misseis da Coreia do Norte
A Coreia do Sul também pretende adquirir mais jatos furtivos e submarinos de mísseis balísticos e acelerar o desenvolvimento de sistemas para interceptar foguetes, disse o ministério.
“Fortaleceremos nossa… capacidade de retaliação para poder destruir instalações importantes em qualquer lugar da Coreia do Norte em caso de ataque nuclear ou uso de armas de destruição em massa”, afirmou o ministério em comunicado.
No total, o ministério pretende gastar 331,4 trilhões de wons (US$ 261 bilhões) em defesa nos próximos cinco anos, com um aumento médio anual de 6,8%. O orçamento deste ano ficou em 54,6 trilhões de won.
As despesas de defesa estão sujeitas à aprovação parlamentar.

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